Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Menezes, José Américo Santos |
Orientador(a): |
Couto, Edvaldo Souza |
Banca de defesa: |
Sobral, Maria Neide,
Ferreira, Simone de Lucena,
Bonilla, Maria Helena Silveira,
Leiro, Augusto César Rios |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15297
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Resumo: |
O presente trabalho teve como foco de estudos as crianças do início do século XXI, aquelas que nasceram junto às tecnologias digitais e têm seu modo de existência imerso na cibercultura. O estudo empreendido buscou compreender e analisar, em sua narrativa, as vivências das crianças na cibercultura, em especial, no que se refere ao brincar, ao consumo e às práticas de cuidados corporais. Transitando entre infância e cibercultura enquanto campos teóricos, abordam-se questões do lúdico, do consumismo e do corpo. A pesquisa caracteriza-se pela abordagem qualitativa de cunho descritivo. Foram realizadas observações, entrevistas e questionários com crianças de 08-11 anos de uma escola da rede privada do município de Aracaju, no intuito de produzir dados, problematizar, discutir e investigar o problema de pesquisa apontado. O estudo suscitou a compreensão de que a forma de nos tornarmos humanos tem sido radicalmente modificada, no qual as identidades e as subjetividades dos infantis são forjadas em um cenário das tecnologias digitais em rede, do consumo, do espetáculo, das visibilidades, das mídias, dentre tantas outras dimensões. As crianças envolvidas na pesquisa vivem intensamente o mundo do ciberespaço e, por isso, elas não têm ideia do que seria a falta de acesso à internet. As manifestações de divertimento das crianças acontecem através dos jogos e da interação com o outro no ciberespaço. Embora os jogos representem o grande destaque da manifestação lúdica, quando se fala da relação criança-internet, pude perceber que a própria interação com o outro se revela um momento de grande prazer e divertimento. A sociedade da cibercultura aponta para uma realidade fluídica de espaços concretos e virtuais coexistindo modos de diversão. Quanto às formas de consumo, diante dos estímulos da web, as crianças aumentaram sua participação inclusive opinam cada vez mais nas compras da família. As crianças escolhem o que querem ver, jogar, vestir, comprar e assim por diante. No tocante aos cuidados corporais, as leituras e observações evidenciaram que a cultura do consumo na qual as crianças estão mergulhadas é indissociável dos corpos das crianças, que incansavelmente tentam a transformação de si próprio. Assumindo esse novo lugar de onde a criança vê e é vista, acredito que na sociedade da cibercultura inauguram-se modos outros de viver a infância, modos reveladores de que as crianças são produtoras de cultura. Isto é, elas são criadoras legítimas de suas interações, promovendo a ressignificação de suas práticas e saberes e redefinindo, no contexto da cibercultura, sua dimensão de sujeitos ativos e de atores sociais. Por fim, e para além dos matizes e das contradições que sem dúvida existem, a problemática de que tratamos aqui é fruto da situação histórica em que nos encontramos, imersos nesta sociedade globalizada do começo do século XXI, e, portanto, é a partir dela que devemos pensar e agir. |