Um mundo em pedaços: um estudo sobre os significados e usos da violência nos mercados de drogas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Ivete Maria Santos
Orientador(a): Machado, Eduardo Paes
Banca de defesa: Noronha, Ceci Vilar, Almeida, Odilza Lines de, Fraga, Paulo Cesar Pontes, Orozco, Rafael Andrés Patino
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28947
Resumo: O objetivo deste trabalho é conhecer os significados e efeitos dos usos da violência relacionada aos mercados varejistas de drogas ilícitas, altamente criminalizadas, nos bairros populares de Salvador, a partir da perspectiva dos operadores. Os altos níveis de violência letal, que figuram entre as principais causas de morte no Brasil, vêm sendo atribuídos aos conflitos nesse segmento do comércio de drogas. Para tanto, foram identificadas e analisadas as motivações, inserções e carreiras dos operadores, os modos de organização, a estrutura funcional, as características da ocupação, as interações principais, o modo de gerenciamento da violência no enfrentamento de conflitos, bem como os tipos e as formas de vitimização. Foram realizadas 46 entrevistas, 41 com homens e 5 com mulheres, sentenciados e que cumpriam pena por tráfico de drogas. Utilizou-se um diário de campo, e as entrevistas foram realizadas com profissionais e usuários de serviços de saúde que atendem às demandas de indivíduos com dependência química, familiares e operadores. Os altos níveis de violência letal encontrados nesses territórios estão relacionados ao grau de fragmentação e instabilidade dos mercados. Neles, muitas empresas criminais disputam pela expansão e monopólio do comércio de drogas, estimuladas pela atuação perversa e fomentadora de violência das polícias. Isso tudo faz com que a violência extrapole o gerenciamento de conflitos e se insira, de modo banalizado e cíclico, como elemento importante e valorizado na construção da identidade e da reputação dos jovens. Conclui apontando a extensão dos danos das violências praticadas nesses locais, com a morte e o adoecimento de um número cada vez maior de pessoas, bem como a ineficácia das políticas de enfrentamento e combate ao tráfico de drogas e a necessidade da adoção de medidas intersetoriais para melhorar esse panorama.