Fatores individuais, familiares e ambientais associados ao trabalho remunerado de crianças e adolescentes.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Carvalho, Martha Suely Itaparica de
Orientador(a): Santana, Vilma Sousa
Banca de defesa: Dias, Elizabeth Costa, Fassa, Anaclaudia Gastal, Bastos, Ana Cecilia de Sousa, Costa, Maria da Conceição Nascimento
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33997
Resumo: Objetivos: Identificar os aspectos sócio-demográficos, características dos pais e da estrutura e composição familiar associados ao trabalho remunerado de crianças e adolescentes. Métodos: Este é um estudo longitudinal, de base populacional, conduzido com uma amostra aleatória de conglomerado de estágio único, de 2.513 famílias urbanas de Salvador, Bahia. A população de estudo compunha-se de jovens na faixa etária entre 8 a 17 anos que referiram não ter trabalho remunerado (n = 1.478). A coleta de dados foi baseada em entrevistas domiciliares individuais, utilizando-se questionários previamente testados. Foram examinadas como variáveis dependentes: o trabalho remunerado em geral de crianças e adolescentes entre 8 a 17 anos, e com carga horária superior a 20 horas semanais. Resultados: Adulto desempregado na família (ORaj=1,34; 90% IC 1,01 -1,78) e família não-nuclear (ORaj=1,52; 90% IC: 1,13 - 2,04) se associaram, independentemente, com o trabalho remunerado de crianças e adolescentes. Pais que eram de nível sócio-econômico baixo (ORaj=1,53; 90% IC: 1,02 - 2,29) ou não tinham trabalho remunerado (ORaj=1,66; 90% IC: 1,11 - 2,48) apresentavam maior chance de ter filhos entre 8 e 17 anos no mercado de trabalho. Para as mães os preditores do trabalho dos filhos quando ainda crianças ou adolescentes foi também a pobreza medidas pelo nível sócio-econômico baixo (ORaj=1,60; 90% IC: 1,09 - 2,34), mas também o sentimento de infelicidade (ORaj=1,63; 90% IC: 1,11 - 2,39). Conclusões: Os achados desse estudo, embora preliminares, apontam para a estreita relação do trabalho de crianças e adolescentes com a pobreza, ou seja, é um fenômeno social, com profundas raízes econômicas, e vinculada, pelo menos no meio urbano, com o desemprego. Aspectos da organização familiar como também a desestruturação da família foram também observados o que deverá merecer atenção dos formuladores de políticas públicas.