Agora é nós por nós! a insurgência da Biblioteca Comunitária Zeferina Beiru

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barbosa, Lucas Lima
Orientador(a): Uriarte, Urpi Montoya
Banca de defesa: Sousa Junior, Vilson Caetano de, Arantes, Rafael de Aguiar, Uriarte, Urpi Montoya
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33873
Resumo: O presente trabalho apresenta o que leva as pessoas a frequentar a Biblioteca Comunitária Zeferina Beiru: uma ocupação que funciona como Biblioteca Comunitária e Centro Cultural no bairro do Arenoso. O bairro fica localizado em uma região taxada como periferia, mas, na pesquisa, o território é entendido enquanto uma região central de uma cidade que cresceu de forma desenfreada. O fenômeno das Bibliotecas Comunitárias é uma prática social comum no Brasil que costuma ser criada pela e para a comunidade, resultado de um movimento dos moradores para preencher uma lacuna no que tange ao acesso a equipamentos públicos e culturais. Nos finais de semana, acontecem os mutirões, atividades voltadas para prática coletiva de limpeza e organização do espaço e dos livros, que são protagonizados por jovens negros do território. As atividades costumam ter como frequentadores pessoas da vizinhança e outros lugares de Salvador, portanto, a ocupação é peça de uma malha social que conflui na projeção de uma comunidade negra. Os interlocutores possuem um discurso étnico-racial que aponta para a necessidade de uma representação de pessoas negras em um campo simbólico e físico, ao mesmo tempo em que aponta para um processo de genocídio da população negra em curso. Como recurso metodológico, foi aplicado entrevistas semiestruturadas de cunho qualitativo, análise de registros visuais, imersão no campo, descrição detalhada e observação participante por meio da análise da vivência pesquisador junto ao coletivo. Também há o uso de registros fotográficos como ferramentas de análise e recurso narrativo. Por fim, a conclusão é que a insurgência da Biblioteca é fruto de um movimento identitário que ocorre no território desde os seus primeiros processos de desdobramento.