Os protestos de junho de 2013 no Brasil: neoliberalismo e crise da democracia liberal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alexandre, Caroline Pacheco
Orientador(a): Lage, Victor Coutinho
Banca de defesa: Lage, Victor Coutinho, Nagamine, Renata Reverendo Vidal Kawano, Magalhães, Alexandre Almeida de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32715
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo estudar as manifestações de junho de 2013, sua relação com o neoliberalismo e a respectiva crise da democracia liberal, tendo como base a pesquisa bibliográfica. Estuda-se o neoliberalismo de forma abrangente, com fundamento em autores como Wendy Brown, Pierre Dardot e Christian Laval. Analisa-se o processo de degradação da vida e da democracia liberal promovido pela racionalidade neoliberal, em que se propaga, nos diversos setores da vida, um pensamento centrado na economia. A crise econômica de 2008 desvelou os limites da primazia do capitalismo financeiro, ocorrendo, nessa esteira, protestos ao redor do mundo, tais como Occupy Wall Street e a Primavera Árabe. Esses levantes destacavam-se por sua característica autonomista, bem assim por apresentar demandas por democracia e participação popular na tomada de decisões, em contraposição à prevalência dos interesses das elites econômicas e financeiras. Conforme as interpretações mais correntes sobre o tema, os protestos de junho de 2013 coadunavam-se com essas reivindicações, somadas a outras peculiaridades do Brasil, com destaque à demanda por melhoria nos serviços públicos. Os governos progressistas do Partido dos Trabalhadores representaram a continuidade do neoliberalismo no país e de seus efeitos deletérios, o que contribuiu para as manifestações, que consistiram no maior protesto de rua da história brasileira. Junho de 2013 representou uma resposta à comoditização da vida gerada pela perpetuação da racionalidade neoliberal no Brasil, comprovando que a lógica neoliberal se manteve independentemente do espectro ideológico. Os protestos, iniciados sob a pauta de redução dos preços dos transportes coletivos, reuniram grupos e demandas heterogêneas, assim como demonstraram que a população não se sentia devidamente representada pela classe política. Conclui-se, ao final da pesquisa, que junho de 2013 representou uma resposta popular à degradação da vida e ao desgaste da democracia liberal brasileira provocados pela perpetuação do neoliberalismo.