Obtenção, caracterização físico-química, imunológica e hipoalergização do alérgeno recombinante Blo t 2 visando o desenvolvimento de imunoterapia para alergia ao ácaro Blomia tropicalis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Alvarez, Juan Ricardo Urrego
Orientador(a): Neves, Neuza Maria Alcântara
Banca de defesa: Portela, Ricardo Wagner Dias, Oliveira, Ricardo Riccio, Farias, Leonardo Paiva, Teixeira, Márcia Cristina Aquino
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Ciências da Saúde
Departamento de Biointeração
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Renorbio -(Rede Nordeste de Biotecnologia)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29518
Resumo: Introdução: Nas últimas décadas a prevalência das doenças alérgicas tem aumentando notavelmente a nível mundial. Essas doenças são consideradas um problema de saúde pública devido a sua morbidade e altos custos para os cofres públicos. Blomia tropicalis é um ácaro da poeira causador de doenças alérgicas em regiões tropicais e subtropicais onde cerca de 55% a 93% dos pacientes alérgicos destas regiões estão sensibilizados contra o extrato total deste ácaro. Já foi evidenciado que alguns grupos de alérgenos apresentam importância clínica, contudo a relevância do grupo 2 dos alérgenos de B. tropicalis ainda está em debate. Até agora existem poucas informações sobre o Blo t 2 assim como sobre a sua reatividade cruzada com outros alérgenos de ácaros da poeira. Metodologia: As sequências recombinantes de duas isoformas de rBlo t 2 (rBlot 2.2 e 2.5) e de um mutante hipoalergênico derivado deste antígeno foram harmonizadas, transformadas e expressas na cepa de E. coli SHuffle® T7. As proteínas foram purificadas em condições não desnaturantes, através de cromatografia de troca iônica e exclusão por tamanho no caso do mutante. A caracterização físico-química foi realizada utilizando dicroísmo circular (CD) e espectroscopia de infravermelho com transformação de Fourier (FTIR), assim como espectrometria de massa (sigla em inglês: MS). A alergenicidade foi determinada por Immunoblot, ELISA e ensaio de liberação de mediadores inflamatórios usando basófilos humanizados de rato (huRBL). A reatividade cruzada com o homologo Der p 2 foi realizada utilizando ELISA de inibição Resultados: Os antígenos rBlot 2.2 e 2.5 e o mutante foram expressos como proteínas solúveis e purificadas sem uso de cauda de histidina. O espectro de CD de rBlo t 2.2 e 2.5 foram típicos para proteínas com um conteúdo misturado de folha e .hélices. A interpretação dos espectros FTIR revelou elementos de estrutura secundária, principalmente, na área correspondente as folhas . Quase 54% (24/44) dos soros dos pacientes alérgicos à B. tropicalis continham anticorpos IgE anti - rBlo t 2 nativo e nenhum reagiu com o mutante hipoalergênico; foi também observado que o alérgeno nativo teve a capacidade de induzir a liberação do mediador inflamatório -hexosaminidase, porém o mutante não demonstrou esta capacidade. Por outro lado, o rBlo t 2 mostrou baixa reatividade cruzada com Der p 2, determinado por ELISA de inibição. ix Conclusão: Foram expressas, purificadas e caracterizadas com sucesso duas isoformas do alérgeno de Blomia tropicalis rBlo t 2, e um mutante hipoalergênico derivado desta molécula denominado de rBlo t 2_8X. Além disso confirmamos que rBlo t 2 é um alérgeno importante, pois foi capaz de induzir sensibilização na população brasileira, podendo ser utilizado para diagnóstico e para o desenvolvimento de imunoterápicos.