PROCESSOLOGIA: MULTIPLICIDADE, DESCENTRAMENTO E ORGANIZAÇÃO EM FINNEGANS WAKE, GRANDE SERTÃO: VEREDAS E GALÁXIAS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Garcia Júnior, Pedro Alaim Martins
Orientador(a): Hoisel, Evelina de Carvalho Sá
Banca de defesa: Coutinho, Eduardo de Faria, Mendes, Cleise Furtado, Herrera, Antonia Torreão, Lopes, Cássia Dolores Costa
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28647
Resumo: Após as repercussivas transformações dos campos investigativos das ciências humanas ocorridas mais intensa e explicitamente a partir da segunda metade do século XX, e da qual resultou a colocação do conceito de “multiplicidade” no eixo das reflexões epistemológicas, quaisquer tentativas de acionar um modo de organização múltiplo passaram a ser vistas com máxima desconfiança, já que ao denunciar a arbitrariedade da fixação de um centro regulador em sistemas discursivos e propor uma investigação das estratégias de afirmação e manutenção desses sistemas arbitrários, a leitura predominante das emergentes teorias do múltiplo tendeu a associar o próprio conceito de organização a um potencial instrumento de corrupção, ou um mero conjunto de estratagemas de poder. Daí uma das principais questões que norteiam a contemporaneidade é examinar a possibilidade de se organizar o múltiplo sem que o modo de organização composto venha a se tornar um instrumento de dominação a ser manipulado pelos grupos que detenham as formações de saber, isto é, o poder. Impulsionados por tal reflexão-chave do pensamento sobre a organização descentrada do múltiplo na atual episteme de passagem, este trabalho se debruçará sobre cinco conceitos ou linhas de força (“relação”, “paradoxo”, “sistema”, “estrutura” e “processo”) cujo pormenorizado exame nos permitirá refletir sobre o modo como o pensamento tendeu a ser condicionado dualmente e para onde apontam os ímpetos de reconfiguração da forma hegemonizada. A fim de visualizarmos um outro modo de organização (harmonia) desprendido da dualidade, destacaremos, ao longo de todos os capítulos, os mais diversos aspectos organizacionais de Finnegans Wake, Grande sertão: veredas e Galáxias, na medida em que o modo como esses textos se organizam corresponde ao redimensionamento das linhas de força enfocadas. Ao adentramos a dinâmica funcional de Finnegans Wake, Grande sertão: veredas e Galáxias, veremos a passagem de um modo de cada sistema se ver (arbitrariedade) para um modo de conjuntamente nos ouvir (diálogo intersistêmico), donde a reconfiguração do pensamento poder ser vista sumariamente como a substituição da arbitrariedade/violência instalada no centro da dualidade por um eixo dialógico propulsor de outras estratégias que combatem as reduções e homogeneizações duais, ao passo que sustentam e fortalecem o diálogo no comando de um pensar processológico ou polifônico no qual a linguagem do processo se cria – redimensiona-se – com base em um diálogo descentrado entre suas múltiplas perspectivas moventes.