É fiado ou em dinheiro de contado? o crédito na Bahia colonial, (1777-1808)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Augusto Fagundes da Silva
Orientador(a): Aras, Lina Maria Brandão de
Banca de defesa: Novais, Idelma Aparecida Ferreira, Borges, Eduardo José dos Santos, Santos, Ana Maria Carvalho dos, Aras, Lina Maria Brandão de, Carrara, Angelo Alves
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33194
Resumo: Esta tese analisa o mercado creditício da Bahia e o seu nível de liquidez, com ênfase na importância do crédito para a retomada da sua economia de exportação no período compreendido entre 1777 a 1808. Identifica o perfil dos agentes que viabilizaram este financiamento, destacando os principais negociantes da praça comercial da Bahia. Estes indivíduos induziram o estabelecimento de mecanismos políticos capazes de reduzir a concorrência de algumas instituições no mercado creditício da Bahia no final do período colonial. Esta estratégia adotada pela alta elite econômica baiana permitiu investir cada vez mais, e com liberdade, no grosso trato da atividade creditícia local. Este aspecto consistiu em um dos principais fatores endógenos para explicar a retomada da produção açucareira e o alavancamento de demais culturas de exportação da Bahia no período. Esta pesquisa também relativiza uma vinculação tácita corrente na historiografia entre atividade creditícia e escassez monetária, demonstrando que a referida exiguiade de moedas não era uma característica de ordem estrutural, mas sim, conjuntural. Na Bahia do final do período colonial não havia escassez monetária; o que ocorreu foi uma crescente manipulação artificial desta escassez e do crédito, praticada pelos negociantes da praça mercantil da Bahia através do controle da política de fornecimento de crédito, promovendo uma hiperconcentração da moeda e do crédito sob sua posse e controle. Deste modo, o crédito e a moeda circularam de modo diferente nos diversos segmentos sociais. Por fim, analisamos a trajetória econômica de Custódio Ferreira Dias, um dos mais ricos negociantes e mais poderosos credores da Bahia no final do período colonial. Sua trajetória desvela, em boa medida, o comportamento social do grupo dos homens de negócio na Bahia. Investigou-se os seus investimentos, estratégias e atitudes, seus principais locais de atuação e a composição do seu patrimônio, destacando a relevância das dívidas ativas em seu processo de enriquecimento.