Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lago, Sueli Bonfim
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Orientador(a): |
Barreto, Maria Raidalva Nery |
Banca de defesa: |
Rodrigues, Urbanir Santana,
Merces, Magno Conceição das,
Rodrigues, Eder Pereira,
Ribeiro, Silvar Ferreira,
Benevides, Clicia Maria de Jesus |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar e Multi-institucional em Difusão do Conhecimento (DMMDC)
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40784
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Resumo: |
A investigação acerca do corpo é muito presente na cultura do ocidente. Os desdobramentos desta temática se desenvolveram muito no século XX, e nos últimos anos têm sido muito recorrentes, na filosofia, na antropologia, na educação etc. Na filosofia do século XX, a partir dos estudos de Merleau-Ponty e da sua noção de corpo-próprio, o estudo do corpo configurou se como corporeidade. Essa noção rejeita a ideia do corpo reduzido ao organismo (biológico), como entidade passiva, que se coloca como informante da consciência acerca das percepções advindas da realidade externa, separando assim, mundo e consciência do mundo. A área de saúde tem o corpo como seu objeto de estudo e cuidado, e vem sendo criticada, na medida em que parece ainda manter um comprometimento com a visão biofisiológica, o que nos levou a analisar os documentos oficiais do curso de Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, e problematizar as seguintes questões: i) Admitindo-se que o tema da corporeidade seja relevante para a formação, como este tema está presente, distribuído nas matrizes curriculares dos cursos de Enfermagem? ii) Como está estabelecido o sentido de corpo e suas possibilidades enquanto conceito de corporeidade na formação em Enfermagem? iii) A visão do modelo biofisiológico é mantida nas disciplinas curriculares? Nesse sentido, a formação em Enfermagem conduz a uma prática do cuidado, mantendo, ou refutando essa visão? Questiona, problematiza, ou não considera como relevante? A pesquisa será conduzida, a partir das análises dos Planos Pedagógicos do Curso – PPC e das matrizes curriculares dos cursos de Bacharelado em Enfermagem da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, tendo como objetivo elencar quais sentidos de corpo/corporeidade estão presentes ou ausentes e, também, analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN do curso, e, se, nesse documento, há alguma orientação acerca da abordagem das questões vinculadas às discussões sobre corporeidade, que problematiza os paradigmas científicos de base racionalista. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, e, recorreu-se à análise de conteúdo e à análise do discurso para inferência e interpretação dos dados, além da aplicação do software IRAMUTEQ, para balizar as análises realizadas nos documentos. Os resultados obtidos com as analises dos documentos, revelou que ainda não estão presentes discussões sobre corporeidade e suas implicações epistemológicas no Projeto Pedagógico do Curso - PPC. Destaca-se que a abordagem sobre o corpo encontrada nos documentos foi de natureza biofisiológica e em apenas um dos três cursos é aludido a relação entre corpo e cultura. Nas DCN também não foi destacado discussões sobre corporeidade que impacta diretamente nos pressupostos epistemológicos que irão repercutir no cuidado e na estrutura dos modelos adotados de saúde. Admite-se assim, que a formação e a construção curricular do curso, prescinde de uma abordagem que perpasse por uma “pedagogia da corporeidade”, uma vez que, a discussão hodierna já é muita vasta no que concerne as mudanças paradigmáticas que impactam na epistemologia quando se considera a condição do sujeito encarnado como primordial para se pensar a própria possibilidade do conhecimento. |