Avaliação de métodos parasitológicos e imunológicos para o diagnóstico da estrongiloidíase

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Inês, Elizabete de Jesus
Orientador(a): Soares, Neci Matos
Banca de defesa: Neves, Neuza Maria Alcântara, Oliveira, Ricardo Riccio
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Farmácia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Farmácia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/22568
Resumo: O diagnóstico definitivo da estrongiloidíase é realizado pela pesquisa de larvas nas fezes utilizando o método de Baermann-Moraes, apesar da cultura em placa de agar (CPA) apresentar maior sensibilidade. Na maioria das infecções pelo Strongyloides stercoralis, a carga parasitária é baixa e a eliminação das larvas se faz de maneira intermitente, comprometendo a eficácia e precisão do diagnóstico. A pesquisa de anticorpos circulantes através do imunoensaio (ELISA) possui elevada sensibilidade e é utilizado também no auxílio ao diagnóstico da estrongiloidíase. Os objetivos deste trabalho foram (1) comparar os métodos de CPA, Baermann-Moraes e sedimentação espontânea para o diagnóstico da estrongiloidíase (2) avaliar o padrão de migração das larvas de S. stercoralis e ancilostomídeos em placas de agar e o tempo para positividade das culturas, (3) avaliar a interferência da refrigeração das fezes na viabilidade das larvas e (4) padronizar o ELISA para pesquisa de anticorpos anti-S. stercoralis. Para avaliar as sensibilidades dos métodos parasitológicos foram utilizadas 725 amostras de fezes de pacientes atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia, UFBA, e amostras de soros de 50 pacientes com S. stercoralis, 80 de indivíduos com outras parasitoses e 60 soros controles negativos. A CPA mostrou maior sensibilidade tanto para Strongyloides stercoralis (95%) como para os ancilostomídeos (77%). As sensibilidades da CPA e do método de Baermann-Moraes reduziram aproximadamente 50% quando as amostras foram conservadas a 4ºC. Através do padrão de migração das larvas foi possível realizar a diferenciação de 95,7% das amostras positivas para Strongyloides stercoralis e de 96,7% para os ancilostomídeos, confirmadas através da microscopia. O tempo de visualização macroscópica dos caminhos, deixados pelas larvas também variou significativamente (p < 0,05) entre S. stercoralis e ancilostomídeos, ocorrendo principalmente no primeiro e quarto dias de incubação, respectivamente. No ELISA para detecção de IgG a sensibilidade variou de 72 a 76%, e a especificidade foi de 92,8%, não apresentando diferenças significativas quando o antígeno foi tratado ou não com metaperiodato de sódio. Por outro lado, o ELISA para pesquisa de IgE apresentou sensibilidade de 80 % e após o tratamento do antígeno com metaperiodato de sódio reduziu para 74% (p > 0,05). Enquanto não houve variações nas especificidades, obtidas nos ensaios utilizando soros normais como controles negativos. O número de reações cruzadas de soros de pacientes com outras helmintoses aumentou em torno de 16% quando o antígeno foi tratado com o oxidante. Neste estudo, foi observado que houve uma redução nas médias das densidades ópticas dos soros de pacientes infectados com S. stercoralis com relação aos soros normais, quando o antígeno foi tratado com metaperiodato de sódio, demonstrando a importância dos epitopos glicosilados para o reconhecimento dos anticorpos anti-S. stercoralis. A depleção de IgG dos soros falso-negativos elevou a sensibilidade do ELISA-IgE, porém houve um aumento do número de reatividades cruzadas. A CPA é o método parasitológico mais sensível para o diagnóstico da estrongiloidíase e deve ser recomendado no diagnóstico de rotina. O ELISA pode ser utilizado no auxílio diagnóstico, principalmente em casos pacientes de imunossuprimidos ou antes de terapia imunossupressora.