Concentração sérica de vitamina D ao nascer e marcadores de risco Cardiometabólico em adolescentes: um estudo de coorte de nascimento.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Daniel, Jonas Baltazar. lattes
Orientador(a): Oliveira, Ana Marlucia de
Banca de defesa: Costa, Priscila Ribas de Farias, Silva, Rita de Cássia Ribeiro, Santana, Mônica Leila Portela de, Boa Sorte, Ney Cristian Amaral, Lira, Pedro Israel Cabral de
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia. Instituto de Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGSC-ISC)
Departamento: Instituto de Saúde Coletiva - ISC
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37754
Resumo: A tese é constituída por três estudos: o primeiro aborda a questão da deficiência de vitamina D e fatores de risco cardiometabólicos em adolescentes, foi feita uma revisão sistemática e metanálise onde foram incluídos estudos realizados no brasil e em diversos países do mundo. Os resultados mostraram que a deficiência de vitamina D se associou com elevação da pressão sistólica (SMD= 0,22; IC95% = 0,10 ;0,34 e a diastólica (SMD=0.23; IC 95%= 0.10; 0.35;), aumento da glicemia (SMD=0,13 IC 95% = 0,05; 0,12), insulina (SMD= 0,50; IC95%= 0.15; 0.84) e do índice HOMA (SMD=0,48 IC 95% = 0,36 – 0,60), valores elevados de triglicérides (SMD =0,30 IC95% = 0,11 – 0,49) e diminuídas concentrações de HDL (SMD = -0.25; IC 95%= -0,46 -0,04). Não se observou associação estatisticamente significante para hemoglobina glicada (SMD=0,28; IC 95%= -0.15 – 0.73), LDL colesterol (SMD = 0,19; IC 95% = 0,04; 0,43) e colesterol total (SMD = 0,10; IC 95% = -0,06 – 0,27). O segundo estudo trata de associação entre os determinantes sociais economicos e ambientais e a insuficiência de vitamina D, usando abordagem hierarquizada; foi usada análise de regressão logística e a medida de associação odds ratio (OR) para investigar as associções. Observou-se a prevalência de insuficiência de vitamina D (10- 29,9 ng/ml) foi de 54,1 % dos adolescentes, não foi identificada deficiência de vitamina D (<10 ng/ml). No nível básico da determinação, observou-se o efeito protetor 52% (OR=0,48; I.C 95% 0,28-0,82; p= 0,003) do estrato social e econômico baixo para a ocorrência de níveis insuficientes de vitamina D quando comparado com aqueles de classe socioeconômica considerada mais elevada; viver na área rural dos municípios aumentou 2,35 vezes mais chances aos adolescentes de terem níveis insuficientes de vitamina D (OR=2,35 I.C 95% 1,41-3,92; p=0,001). No nível intermediário, as condições sanitárias do ambiente domiciliar e do seu entorno situadas no nível mais baixo do tercil de distribuição, quando ajustadas pelas condições do nível básico, resultaram em risco mais elevado de 1,41% (OR=2,41;1,06-5,44; p=0,034) das condições ambientais do domicílio e de seu entorno, se associaram com a insuficiência de vitamina D. No nível imediato após ajustadas pelas variáveis dos níveis básico e intermediário, os resultados mostraram que a idade do adolescente 14 anos, tiveram 2,37 vezes mais chances (OR=2,37;I.C95% 1,18-5,02; p=0,024) de insuficiência de vitamina D quando comparados aqueles de (11 a 13) anos de idade .Enquanto a cor da pele parda + preta (OR= 2,00 I.C95% 1,00- 3,97; p= 0,047) se associaram com a insuficiência de vitamina D quando comparada, aqueles de pele branca, indígena e amarela (referência) . O terceiro estudo trata de variação média de vitamina D e marcadores de risco cardiometabólicos ao nascer e adolescência estudo de coorte de nascimento com abordagem longitudinal com medidas repetidas. Foi usada equação de estimação generalizada (GEE) adequada para estudos longitudinais com medidas repetidas e desfechos contínuos. Os resultados mostraram que prevalência de insuficiência de vitamina D foi de 53,7% dos adolescentes e a média da vitamina D foi de 29,98 ng/ml (DP= 8,75 ng/ml). Houve registro de associação negativa e estatisticamente significante entre a variação de vitamina D ao nascer e adolescência com a variação média de marcadores de risco cardiometabólicos ao nascer e adolescência. Foram identificados coeficientes (β) negativos para o Colesterol total (β= -0,587; I.C 95% -1,12- -0,05; p= 0.031); para o LDL colesterol (β= -0,512 I.C 95% -0,93—0,08; p= 0,018); para o Triglicérides (β= -2,105; I.C95% -0,07-0,18; p= 0,000). E, o aumento em 01 unidade de ng/ml no coeficiente (β) da concentração da vitamina D, aumenta em média os respectivos valores estimados para o HDL colesterol (β= 0,190; I.C95% 0,21-0,35; p=0,027), homocisteína (β= 0,094; I.C95% 0,07-0,18; p= 0,038) e para a Glicose (β=0,236; I.C95% 0,02-0,08; p=0,026). E identificou-se também associação positiva entre a concentração de vitamina D e variação do índice de massa corpórea (β=0,054; I.C95% 0,02-0,08; p=0,001). Conclusão: A hipovitaminose D (insuficiência e deficiência de vitamina D) associou-se com determinantes sociais econômicos e ambientais e houve registro de associação entre níveis insuficientes e deficientes de vitamina D e alguns marcadores de risco cardiometabólico, especificamente parâmetros do perfil lipídico, glicídico, pressão arterial e homocisteína.