A Fábrica de Lágrimas de Sereia: Laboratório de Eco-Performance

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Doud, Elizabeth Isaacs
Orientador(a): Martins, Suzana Maria Coelho
Banca de defesa: Lima, Fabio Batista, Moura, Gilsamara, Netto, Augusto Minervino, Fernandes, Ciane, Domecq, Martin
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Escola de Teatro
Escola de Dança
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Mar
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27887
Resumo: Esta tese apresenta ideias e reflexões sobre o papel do artista performer no movimento sócio-político-cultural sobre as crises de mudanças climáticas e a poluição dos oceanos e mares. Com enfoque nas práticas das artes cênicas e, principalmente, através da performance, a pesquisa elaborou projeto de encenação como laboratório na criação de ecoperformance intitulada A Fábrica de Lágrimas de Sereia, que teve como seu principal interesse examinar como se criam narrativas em artes cênicas sobre a crise climática e suas causas. Ao longo de quatro capítulos, a tese embasa teoricamente o papel instrumental das artes para aumentar a consciência dos seres humanos sobre as mudanças climáticas e, por meio de conceitos de ecoteatro e a performance site-specific, contempla-se o poder dos artistas de contribuir e liderar movimento criativo para ação sobre os impactos atuais das atividades humanas no meio ambiente e de agir, em conjunto com parceiros e comunidades, para inter-relacionar os problemas inerentes à pobreza e à injustiça entre os seres humanos com o projeto clima, na procura de “justiça climática”. O projeto cênico da pesquisa procura conexões entre a indústria dos plásticos, o colapso dos ecossistemas oceânicos e as mitologias das deusas do mar, principalmente o arquétipo da sereia e as manifestações do orixá / deusa Iemanjá. A ênfase não é tanto na análise etnográfica da manifestação do orixá Iemanjá, mas na sugestão da necessidade atual de reativar a atenção para esse tipo de meditação mítica, para enfrentar as dificuldades reais e logísticas e encontrar soluções nas práticas e para a nossa sobrevivência. Este olhar contempla os escritos de Donna Haraway, para inter-relacionar as estruturas míticas e algumas especulações futuristas da autora e imaginar uma sereia vigilante, que atua com qualidades e senso do sagrado da Antiguidade, mas que anda armada para lidar com um mundo completamente esvaziado de respeito para com os mares que nos sustentam. Além dos estudos científicos e sociais das mudanças climáticas, utilizam-se conceitos retóricos do Anthropoceno, Capitoloceno, as Epistomologias do Sul, greenturgy, a mitologia comparativa e o ecofeminismo para construir uma interseccionalidade que reoriente a empatia dramatúrgica para as narrativas teatrais da época das crises climáticas.