Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Maraux, Amélia Tereza Santa Rosa
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Orientador(a): |
Araujo, Rosangela Janja Costa
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Banca de defesa: |
Auad, Daniela,
Cardoso, Cláudia Pons,
Sousa, Leliana Santos,
Conceição, Vércio Gonçalves,
Jesus, Jaqueline Gomes de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Multidisciplinar e Multi-institucional em Difusão do Conhecimento (DMMDC)
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40748
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Resumo: |
Esse estudo se propõe a realizar uma reflexão situada acerca dos atravessamentos das ações afirmativas nas trajetórias formativas de estudantes travestis, mulheres e homens transexuais na Uneb sob as lentes dos estudos feministas. A tese ora apresentada analisa os processos de implementação das políticas de ações afirmativas na Uneb e a consequente institucionalização do sistema de reserva de vagas para estudantes travestis e transexuais, mostrando que esse é ainda um processo inconcluso no que se refere a garantia não apenas do acesso, mas sobretudo da permanência. Para tanto, tomo como ponto de partida o pensamento transfeminista e feminista negro, os quais estabelecem conexões teóricas e paradigmáticas entre feminismo, estudos de gênero e movimento transgênero (JESUS, 2014). A noção de interseccionalidade, cunhada pelo feminismo negro, será a ferramenta analítica utilizada para a compreensão das múltiplas identidades e identificações dos sujeitos, bem como das opressões que recaem sobre os corpos não conformados aos modelos hegemônicos de raça, classe e gênero. Desse modo, a análise acerca das políticas de ações afirmativas para estudantes trans é pensada à luz da noção de interseccionalidade, visto que as condições sociais estabelecidas historicamente exigem a análise das estruturas de poder que conformam às desigualdades operadas nos campos institucionais e culturais através das representações, da ideologia, das relações interpessoais, que operam a exclusão do acesso de pessoas trans ao ensino superior (COLLINS, BILGE, 2021, CRENSHAW, 1991). Para tanto, diferentes dispositivos foram produzidos para entender e descrever o universo da pesquisa, dentre eles, pesquisa bibliográfica e documental, e a revisão sistemática bibliográfica (BOTELHO, L. L. R; CUNHA, C. C. de A; MACEDO, M, 2011; SAMPAIO R. F; MANCINI M. C., 2007). Além das entrevistas com estudantes trans, ingressantes nos processos seletivos de 2019. A entrevista narrativa foi o dispositivo metodológico adotado para compreender as experiências formativas e os atravessamentos das ações afirmativas nas trajetórias de estudantes trans (FERREIRA, NACARATO, 2017). Concluo esse estudo afirmando que é preciso reconhecer que as políticas de ações afirmativas são direito social, conquista das lutas protagonizadas pelos movimentos sociais negros e trans e que a sua implementação enquanto uma política reparatória representa uma luta por justiça social e epistêmica devendo para tanto garantir a promoção de uma educação para a diversidade e a criação de uma rede de proteção e enfrentamento a transfobia institucional que viabilize a sua permanência acadêmica. |