Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Taila Jesus da Silva
 |
Orientador(a): |
Heine, Licia Maria Bahia |
Banca de defesa: |
Heine, Lícia Maria Bahia,
Pereira, Júlio Neves,
Martins, Luciane Botelho |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
|
Departamento: |
Instituto de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/38747
|
Resumo: |
Nesta dissertação, objetivou-se analisar a construção de sentidos nas tiras de Mafalda (QUINO, 1993) relacionadas ao ensino. A atemporalidade crítica da personagem e sua turma, além de a escola em Mafalda ser próxima à escola brasileira, através das propostas de ensino, configuraram importantes aspectos para o interesse nesta investigação. Diante disso, a personagem argentina, embora tenha deixado de ser produzida em 1973, suscita debates profícuos e atuais sobre diferentes temáticas de interesse social, tal como o ensino escolar; além de ser presença marcante na Educação Básica hodierna, através das avaliações e dos livros didáticos. A escolha das tiras, portanto, fundamenta-se na necessidade de um debate mais enfático entre essa produção multimodal e os estudos acadêmicos, já que a presença de tais gêneros, na Educação Básica, erige cada vez de forma mais latente. Diante da importância do tópico, objetivou-se também discutir sobre a relevância dos signos não verbais e do contexto sócio-histórico-ideológico para a construção de sentidos, visto que tais elementos não foram priorizados ao longo dos estudos linguísticos formalistas e, consequentemente, dos momentos clássicos da Linguística Textual (LT). Posto isso, os elementos não verbais foram vistos como fundamentais para esta investigação, pois desvelaram, a partir da sua linguagem visual, os projetos ideológicos nos enunciados analisados. A compreensão dos olhares, gestos, cenários, movimentos, planos etc. se apresentaram como essenciais para a construção da coerência textual, que se deu por meio da confluência hibridizada entre linguagens verbal e não verbal. Os estudos textuais dos primeiros momentos da LT não abarcaram, de modo incisivo, os signos não verbais; embora tenham privilegiado os aspectos pragmáticos, a sua análise limitou-se ao código verbal. Além disso, a análise do contexto histórico-ideológico possibilitou exceder a materialidade linguística, pois as tiras de Mafalda e sua turma estão prenhes de valores axiológicos, possibilitados pelos discursos críticos fundamentados sobre as mais diversas problemáticas sociais. Para realizar este estudo, foi necessário recorrer ao momento Sociocognitivo-interacionista (KOCH, 2018) e ao Bakhtiniano (HEINE et al., 2018). Com isso, partiu-se do princípio de que o texto é um “evento dialógico”, e a coerência textual é “Um processo cooperativo, dialógico, que envolve inferência e refração da realidade” (NEIVA, 2016). Assim, a pesquisa, de cunho qualitativo, constatou que não se pode apontar para a coerência textual presa à superfície do texto verbal, mas a compreensão depende da presença de sujeitos responsivos que construam sentidos carregados ideologicamente, através da leitura dos aspectos semióticos. |