Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Machado, Gustavo Bittencourt
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Orientador(a): |
Couto, Vitor de Athayde |
Banca de defesa: |
Couto, Vitor de Athayde,
Pedrão, Fernando Cardoso,
Silva, Sylvio Bandeira de Mello e |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGECO)
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Departamento: |
Faculdade de Economia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/39217
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Resumo: |
A presente dissertação procura compreender o processo histórico de formação da região do Extremo Sul da Bahia entre 1950 e 2000, quando a região se incorpora à lógica nacional de desenvolvimento econômico, com a implantação da BR-101, sendo novo eixo de ligação da Bahia com o Sudeste do Brasil. Esse período encontra-se em curso, não obstante apresentar fases historicamente definidas, que permitem compreender a estrutura econômica que se forma. Essas fases baseiam-se nos movimentos de expansão de capitais, e sua substituição por outras formas concretas, em magnitude e escalas diferentes, determinantes do fluxo e refluxo do dinamismo econômico regional. É na segunda metade do século XX que o capitalismo adentra, no sentido leste-oeste, o Extremo Sul da Bahia interiorizando-se, e transforma rapidamente a sociedade, a paisagem e as relações de produção na região. O tempo histórico tem na expansão dos diversos tipos de capitais seu referencial metodológico, que compreende, basicamente, o período da expansão do capital madeireiro, que inicia intensamente a devastação dos recursos naturais, a partir dos anos 1950, mas sobretudo 1970, até a implantação dos projetos industriais de reflorestamento de eucalipto nos anos 1990, inserindo a região na lógica da acumulação internacional como espaço produtor de celulose, papel e papelão para os mercados interno e externo. Esse Extremo Sul é um produto histórico recente. Ao mesmo tempo em que o capital se interioriza, afluem contingentes migratórios provenientes de algumas regiões do Brasil, que povoam todo o Extremo Sul em apenas vinte anos. Nesse período, acirram-se as contradições do capitalismo na região. Apropriam-se terras públicas, devolutas e indígenas por grileiros. Ocorre o cercamento do espaço rural. Aumentam os conflitos agrários. Urbanizam-se rapidamente as cidades, formando-se centros regionais, como Teixeira de Freitas e Eunápolis. Devasta-se a Mata Atlântica. Pecuariza-se a região. Implantam-se projetos tecnificados de produção de mamão e café. Cresce a desocupação rural e urbana como conseqüência inclusive da estagnação da atividade madeireira. Implantam-se os grandes projetos industriais de produção de celulose, papel e papelão e os vastos maciços florestais de eucalipto. Explicita-se a exclusão urbana e surgem os movimentos sociais no campo, concretizados nas formas emancipatórias de superação da pobreza. Novos coletivos são formados como produto da luta de classes na região. Os movimentos sociais no campo expandem-se no sentido norte do Estado da Bahia, mobilizando contingente de desempregados por onde passa, institucionalizando-se em modelos de organização econômica associativista ou cooperativista onde se assentam famílias sem-terra e sem emprego. Constituem-se, assim, sistemas de produção agropecuária, diferentes entre si quanto ao conjunto de bens produzidos, implicando vários estágios de desenvolvimento e bem-estar dos novos produtores rurais-assentados. Obteve-se, na pequisa de campo, uma amostra dirigida dos sistemas de produção dos assentados a fim de comparar os diversos níveis de renda e processos de autoconsumo e acumulação e propor alternativas de viabilidade econômica dos sistemas de produção. Assim observam-se as magnitudes das rendas agrícolas e rendas não-agrícolas na renda total dos assentados. |