Seletividades e desigualdades socioespaciais: o uso do território brasileiro pela soja
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
Instituto de Geociências |
Programa de Pós-Graduação: |
em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34015 |
Resumo: | O principal objetivo desta tese é o de compreender como o uso do território pela soja, propiciado pelo meio técnico-científico-informacional e através dos componentes do circuito espacial de produção e dos círculos de cooperação no espaço, gera seletividades socioespaciais e, por conseguinte, amplia as desigualdades socioespaciais no Brasil. O método deste estudo está sistematizado a partir dos seguintes princípios: do espaço geográfico como uma instância social e uma totalidade em movimento; do uso do território como categoria de análise; da técnica vista como fenômeno social e base para uma teorização geográfica e da teoria dos circuitos espacial de produção e dos círculos de cooperação no espaço como uma proposta de operacionalização da categoria de análise da Geografia. Dentre os resultados obtidos está a compreensão da constituição do que aqui se denomina de seletividade socioespacial da soja no Brasil. Um processo que, por um lado, promove a difusão seletiva do meio técnico-científico-informacional pelo país e, consequentemente, a fragmentação do território brasileiro em subespaços de uso seletivo, aqueles mais rentáveis às dinâmicas globais. Por outro lado, os equipamentos modernos que constituem a seletividade socioespacial da soja no Brasil são unitários e indissociáveis quanto ao seu uso produtivo, o que forma uma continuidade no território brasileiro do ponto de vista dos interesses do capital hegemônico. Nestes fragmentos do território, usado prioritariamente pela soja, os sistemas de engenharia servem prioritariamente aos interesses dos agentes hegemônicos, deixando para o segundo plano as necessidades da maioria das empresas e da população brasileira. O Estado e as tradings são uns dos principais agentes que comandam essa implantação de objetos técnicos, dentre esses estão: armazéns, rodovias, ferrovias, hidrovias, estações de transbordos e portos. Essa fragmentação do território brasileiro pela constituição da seletividade socioespacial da soja significa uma ampliação de suas desigualdades socioespacial. Do ponto de vista do espaço geográfico, essas desigualdades ocorrem e podem ser compreendidas a partir do seu conteúdo, ou seja, por suas densidades, que podem ser de três tipos: técnica, informacional e comunicacional. Nos subespaços de uso seletivo da soja prioriza-se a acumulação de densidades técnicas e informacionais, fato responsável por promover a ampliação das referidas desigualdades socioespaciais, as quais devem ser estudadas através da constituição do meio técnico-científico-informacional e pelos pares dialéticos rarefação e densidade, viscosidades e fluidez. Para aprofundar este estudo, a tese analisou o uso do território pela soja na Bahia, um dos subespaços de uso seletivo criado pelo processo de fragmentação aqui abordado. Por fim, conclui-se que através do método aqui proposto foi possível identificar e compreender os mecanismos responsáveis por criar seletividades e desigualdades socioespaciais a partir do uso do território brasileiro pela soja. |