Representações sobre a prostituição feminina na obra de Jorge Amado: um estudo estatístico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Brívio, Gustavo
Orientador(a): Sardenberg, Cecília Maria Bacellar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/6279
Resumo: O presente trabalho se insere no campo dos estudos de gênero. Em seu desenvolvimento, procurou investigar, na literatura do romancista Jorge Amado, as representações sobre as personagens femininas que se prostituem. Nesse sentido, gênero, raça/etnia, idade/geração e classe social foram consideradas dimensões básicas constituintes das representações analisadas. A amostra do estudo foi composta por 888 personagens femininas. Inicialmente, com o intuito de caracterizá-la, empreendeu-se um estudo descritivo a partir da freqüência das seguintes variáveis categóricas: ocupação, classe social, estado conjugal, raça/cor e etnia, idade/geração; corpo, corpo erotizado, violência de gênero contra a mulher e violência sexual contra a mulher. Em seguida, a investigação restringiu-se apenas às personagens envolvidas com o universo sócio-ficcional da prostituição. Nesse momento, além do estudo descritivo, procurou-se analisar os cruzamentos entre as variáveis categóricas acima destacadas, atentando para a complexa dinâmica das intersecções entre os diversos marcadores sociais em questão. O teste estatístico qui-quadrado foi utilizado para determinar a possível existência de associações significativas entre o conjunto das variáveis apresentadas. Os resultados encontrados revelam que a literatura amadiana contribui para a difusão de representações marcadamente patriarcais sobre suas personagens femininas, entre outros, ao polarizar suas mulheres em duas categorias dicotômicas: “do lar” e “prostitutas”. No âmbito das relações étnico-raciais, a obra do autor baiano influencia na perpetuação das imagens sobre a sensualidade “natural” e exuberante sexualidade das mulheres racializadas. Além disso, pôde-se verificar que a classe social não aparece como determinante para a maior ou menor exposição das meretrizes de Amado à violência de gênero.