Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Sanches, Yasmin Queiroz Santos
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Orientador(a): |
Santos, Mônica de Menezes
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Banca de defesa: |
Santos, Mônica de Menezes
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Pereira, Antonio Marcos da Silva
,
Borges, Paula Alice Baptista
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40258
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Resumo: |
A partir do livro "Não conte para a mamãe: memórias de uma infância perdida" (2012), de Toni Maguire, busca-se neste trabalho analisar a importância e o impacto da escrita, especialmente autobiográfica, na vida de pessoas que sofreram violência sexual na infância, a fim de discutir como a escrita pode resultar em um cuidado de si (Foucault, 2004), constituindo-se, portanto, num empreendimento de saúde Deleuze, 2019). Para tanto, a partir de pesquisa bibliográfica e inspirada pelo método cartográfico, em que a pesquisadora se permite ser afetada pela própria pesquisa enquanto a desenvolve de maneira não linear, procura-se inicialmente analisar como os modelos de infância e de família, engendrados pela modernidade ocidental, são demolidos diante de realidades diversas daquelas conjecturadas pelo projeto centralizador moderno, o qual não dá conta da diversidade de corpos, de vivências, de formas de ser e de estar no mundo etc. Em seguida, intenta-se debater como a violência sexual na infância produz traumas que repercutem durante toda a vida das pessoas vitimizadas. Traumas esses que, na maioria das vezes, ficam silenciados; e os eventos potencialmente traumáticos, caso se tornem públicos, podem ser costumeiramente negados por terceiros, inclusive os agressores, visando a manutenção de seus sistemas de poder e o apagamento das evidências de seus crimes. Nesse caminho, a escrita emerge enquanto uma forma de reinscrição e, consequentemente, de reinserção dos corpos e subjetividades silenciadas na sociedade e na história, tal como foi o caso da autora aqui estudada, Toni Maguire. Assim, reconhece-se a potencialidade da autobiografia, enquanto gênero literário, como uma possibilidade de rompimento do silêncio da vítima e da promoção de sua (re)construção de si através de palavras; de contar a história a partir da perspectiva de sobrevivente, de quem resiste e confronta o esquecimento e negacionismo sobre ela imposto. Compreende-se aqui, portanto, a literatura enquanto espaço para cuidado de si e da fabulação daquilo que falta: a própria (re)existência de quem escreve. |