Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Vaz Filho, Florêncio Almeida |
Orientador(a): |
Carvalho, Maria Rosário Gonçalves de |
Banca de defesa: |
Reesink, Edwin B.,
Souza, Evergton Sales,
Oliveira Filho, João Pacheco de,
Harris, Mark,
Carvalho, Maria Rosário Gonçalves de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/33752
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Resumo: |
Este estudo é uma etnografia do processo de formação de identidades étnicas indígenas que está ocorrendo no baixo rio Tapajós, no Oeste do Pará, envolvendo 40 comunidades ribeirinhas resultantes do processo de catequese e colonização que se iniciou ainda no século XVII, que já foi chamado de "caboclização". A pesquisa se concentrou no período recente e de maior efervescência do processo: 1998-2008. Informada pelos estudos de etnicidade, a investigação, baseada na literatura histórica e em pesquisa de campo, procurou levar em conta os indígenas como sujeitos e não como vítimas do processo histórico. Agindo criativamente através de estratégias variadas, que envolveram o silêncio, a superposição, tradução, adaptação, reelaboração e recriação cultural, eles foram capazes de conservar, durante séculos, parte considerável das suas culturas indígenas e uma leve lembrança das suas origens tribais. Através do trabalho educativo de setores da Igreja, iniciado nos anos 1960 e, mais recentemente, do Grupo Consciência Indígena (GCI), e dentro do contexto mais amplo da conquista de direitos indígenas e de uma conotação mais positiva sobre o ser índio, alguns grupos sentiram que havia condições favoráveis e recompensas simbólicas e materiais para assumir sua identidade indígena, o que significou um processo de "descaboclização". E fazem isso lançando mão de um repertório cultural já disponível, como parte da cultura genérica chamada também de "cabocla". O estudo destaca três desses elementos - as festas de santo, as crenças e práticas da pajelança e a memória que essas pessoas conservaram sobre a Cabanagem (1835-1840) – de onde foram retirados os mais destacados sinais diacríticos para a construção da diferença étnica desses indígenas. Utilizando-se destes elementos, eles dizem que seus antepassados já viviam nessas terras desde tempos imemoriais e que eles são a continuidade histórica e cultural daqueles povos, e que mesmo tendo passado por profundas mudanças sócio-culturais, persistiram indígenas. |