Educomunicação e educação científica: possibilidades e limites do diálogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Mariana Rodrigues Sebastião de lattes
Orientador(a): Silva, Rejâne Lira da lattes
Banca de defesa: Soares, Ismar de Oliveira lattes, Oliveira, Diogo Lopes de lattes, Alves, Lynn Rosalina Gama lattes, Baptista, Geilsa Costa Santos lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (PPGEFHC) 
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34829
Resumo: Esta Pesquisa, de natureza qualitativa, teve como principal objetivo investigar potencialidades e limitações de uma intervenção pedagógica educomunicativa que estimulou o diálogo com estudantes sobre os conhecimentos científicos acerca do tema Água. Foi realizada em São Francisco do Paraguaçu, comunidade rural quilombola do Recôncavo Baiano, lugarejo que vivencia diferentes processos relacionados à água: a existência de fontes com valor histórico, a presença tímida do esgotamento sanitário, a distribuição irregular do recurso nas residências e a poluição da Baía do Iguape, que recebe as águas da Baía de Todos os Santos e do Rio Paraguaçu. Para atender ao seu objetivo central, ancorou-se em cinco objetivos específicos, a saber: compreender os processos socialmente construídos sobre água pelos comunitários; estruturar uma Agência Jovem de Notícias (AJN) como intervenção educomunicativa; analisar a construção do diálogo dos jovens com os conhecimentos científicos durante a intervenção; retroalimentar as percepções previamente compreendidas sobre a temática; e, finalmente, discutir as potencialidades e limitações do paradigma educomunicativo para o tipo de diálogo desejado. Para cada uma das fases instituídas, foram utilizados procedimentos metodológicos específicos: primeiro, para compreender os processos construídos sobre água pela comunidade, nos apropriamos de princípios da etnometodologia e as estratégias principais foram a observação participante acrescida da realização de entrevistas informais e semiestruturadas com jovens, líderes comunitários, moradores e trabalhadores da Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. A implementação da AJN, por sua vez, caracterizada aqui como uma atividade de educação não-formal, seguiu o método educomunicativo como eixo vertebrador do processo, associada aos princípios de uma educação CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade). Seis jovens participaram dela produzindo textos jornalísticos, fotografias e vídeos sobre água e esgotamento sanitário, relacionando e refletindo informações obtidas através das pesquisas em livros, revistas, entrevistas com professores e moradores do povoado. Esta pesquisa gerou duas instâncias de análise: 1) a interpretação dos processos construídos sobre água pela comunidade; 2) A análise do planejamento e da execução da AJN. Os resultados dão conta de que, embora a realização de um trabalho desta magnitude apresente uma série de dificuldades relacionadas principalmente ao espaço escolar e ao papel do educomunicador, os ganhos levantados pela intervenção, que foi ancorada na investigação, produção, análise crítica, protagonismo estudantil e criatividade, sugerem uma nova forma de trabalhar ciências com jovens de comunidades, trazendo os conhecimentos o mais perto possível das suas realidades. Nossa Tese é que este é o caminho para uma educação científica libertadora que ajude os indivíduos a transformar a sua realidade através de ações pensadas e bem discutidas.