Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Xavier, Luciano Santos
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Orientador(a): |
Santos, Alvanita Almeida
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Banca de defesa: |
Santos, Alvanita Almeida
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Santos, José Henrique de Freitas
,
Costa, Edil Silva
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PPGLITCULT)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37290
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Resumo: |
Esta dissertação tem como objetivo analisar a poética oral do samba chula sertanejo do Grupo Pinote, de Serrolândia/BA, tendo em vista os elementos estéticos, discursivos e performáticos nela implicados, a fim de compreender como são articulados os processos de construção das identidades culturais do grupo e sua operação na mobilização de trânsitos e fronteiras nessas identidades. No ínterim desses movimentos, a perspectiva metodológica adotada parte da abordagem qualitativa, sob as vias da Etnopesquisa crítica, com vistas à ótica de Macedo (2010) e Santos (2017), tendo como métodos de construção de dados: observações das apresentações do Grupo Pinote, aplicação de questionários e realização de grupo de discussão. O referencial teórico que embasa a pesquisa ampara-se principalmente em: Brasil (2006), Döring (2016a; 2016b), Exdell (2017; 2018), Vasconcelos (2012), Moreira (2018), Bhabha (1998), Anderson (2008), Halbwachs (2003), Hall (2003), Zumthor (2010, 2014), Glissant (2021), entre outros, para discutir acerca do samba de roda, samba chula, sertões baianos, poéticas orais, identidades culturais e culturas populares. Por meio deste trabalho, procuro problematizar o (não) lugar do samba praticado nos sertões baianos, os quais por diversas frentes foram postos à margem do discurso identitário e musical da Bahia que se direciona marcadamente, e quase que exclusivamente, ao eixo Salvador-Recôncavo e parte do litoral. Envolvo essa proposta teórico-crítica na concepção das sertanidades (VASCONCELOS, 2012), buscando pensar esses sertões e suas múltiplas identidades, geografias e culturas inseridas no jogo intersemiótico articulado às cosmopercepções (OYÊWÙMÍ, 2021) no/do semiárido. Assim, tensiono o operador analítico samba sertanejo como proposta teórico-crítica para designar o samba de roda praticado nos sertões, ao invés do termo já cunhado “samba rural” (BRASIL, 2006; DÖRING, 2016b), em cuja estética se difere daquela expressa no Recôncavo Baiano, por sinal, território também marcado pela ruralidade. Proponho a denominação samba sertanejo como forma de inscrever categoricamente os sertões no discurso identitário e musical do samba na Bahia e de rasurar os essencialismos e estigmas forjados em torno desse território, indo para além da roça, do ignoto, do arcaico, haja vista as transformações ocorridas no semiárido nos últimos tempos. No escopo poético da pesquisa, busco refletir os procedimentos estéticos e estilísticos utilizados nas chulas, na configuração de uma linguagem poética que toma como fulcro a literariedade a serviço de uma construção discursiva insurgente. Nessa perspectiva, conjeturo as identidades dos sambadores do Grupo Pinote como sertanidades moventes, marcadas por elementos adjacentes, embora colocadas nas fronteiras da globalização, convergido e divergindo entre o local e global, em trânsitos múltiplos que corroboram esses “sertões contemporâneos” (MOREIRA, 2018), alocados em outras cenas sociais, políticas culturais e identitárias aos sertões e sertanejos baianos. |