Sentimento do Investidor: Uma Análise da sua Influência sobre a Prática do Gerenciamento de Resultados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santana, Caio Vinicius Santos
Orientador(a): Carvalho Júnior, César Valentim de Oliveira
Banca de defesa: Martinez, Antônio Lopo, Santos, Luís Paulo Guimarães dos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Ciências Contábeis
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Contabilidade
Mestrado em Contabilidade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26736
Resumo: Partindo da premissa de que estudos anteriores documentam a existência de incentivos do mercado de capitais que motivam a manipulação dos resultados, e que o sentimento do investidor (constructo relacionado às expectativas heterogêneas dos investidores sobre os retornos dos ativos) contribui para um ambiente especulativo e propício para ações oportunísticas dos gestores, o objetivo desta pesquisa consiste em analisar em que extensão o sentimento do investidor contribui para a prática do gerenciamento de resultados, em razão das hipóteses de que o gerenciamento de resultados por accruals discricionários está diretamente associado ao nível do sentimento do investidor, e que o gerenciamento de resultados por decisões operacionais está indiretamente associado ao nível de sentimento do investidor. A amostra deste estudo é composta por empresas brasileiras não-financeiras que negociaram ações na Bovespa, de 2010 a 2016. Para tanto, foi utilizada a metodologia proposta por Baker e Wurgler (2007) para a construção de um índice de sentimento do investidor para o mercado acionário brasileiro, os modelos Kang e Sivaramakrishnan (1995) e Kothari et al. (2005) para detecção do gerenciamento de resultados por escolhas contábeis, e os modelos de Roychowdhury (2006) para detectar a manipulação de atividades reais. Os resultados empíricos corroboram uma associação direta entre os accruals discricionários, calculados pelo Modelo KS, e o nível do sentimento do investidor, sugerindo que o otimismo do mercado de capitais, gerado pelo alto sentimento do investidor, cria um ambiente que possibilita que os gestores utilizem accruals discricionários para aumentar os resultados, o que afeta negativamente os relatórios de recomendação dos analistas e compromete o objetivo principal das demonstrações contábeis no fornecimento de informação relevante e fidedigna, capaz de auxiliar seus usuários na melhor tomada de decisão sobre a alocação dos seus recursos, indo na linha dos resultados documentados por Simpson (2013). As evidências empíricas também corroboram uma associação indireta entre o gerenciamento real, calculado através do nível anormal do fluxo de caixa operacional, e o nível do sentimento do investidor, sugerindo que o pessimismo do mercado de capitais, gerado pelo baixo sentimento do investidor, não impede que os gestores utilizem atividades reais para aumentar os resultados mesmo diante do maior escrutínio das informações reportadas nas demonstrações contábeis, além de sugerir que, em determinado momento da economia brasileira, pode haver uma correlação inversa entre o pessimismo do mercado de capitais e a propensão dos consumidores brasileiros para o gasto, contrastando estudos brasileiros que utilizam índices de confiança do consumidor como proxy para o sentimento do investidor. Os resultados encontrados são de suma importância, pois contribuem para que os usuários da informação contábil estejam mais esclarecidos quanto aos riscos inerentes ao mercado de capitais em relação ao gerenciamento de resultados em função do nível do sentimento do investidor, além de contribuir com o aperfeiçoamento dos mecanismos de governança corporativa, auditoria e órgãos reguladores.