Portal de Santa Luzia: uma alegoria para a relação entre segregação social e as formas de fazer cidade e urbanismo no Centro Histórico de Salvador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Valladão, Solange Gomes
Orientador(a): Portela, Thais Bhanthumchinda
Banca de defesa: Portela, Thais Bhanthumchinda, Sant'Anna, Márcia Genésia, Marques, Monique Sanches
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Arquitetura
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/25281
Resumo: Estudar como foi produzida e como se articula para o futuro, a relação entre segregação social e as formas de fazer cidade e urbanismo no Centro Histórico de Salvador (CHS) é o objetivo desta pesquisa. Para responder a este objetivo, entre maio de 2015 e maio 2017, reuniu-se em uma coleção: notícias, manifestos, panfletos, artigos, notas, imagens, vídeos e filmes, que foram organizados em duas chaves: documento e época. A partir desta coleção se elegeu os elementos teóricos para cumprir duas tarefas: primeiro, perceber e analisar o espaço, usando o conceito de heterotopia (FOUCAULT e LEFEBVRE) e com ele expressar os diferentes tipos de segregação social, encontrados no material da pesquisa; segundo, pesquisar e reunir fatos históricos, usando o Portal de Santa Luzia dentro do conceito de alegoria (BENJAMIN), como linguagem alegórica para falar de segregação social no CHS e, em torno deste, os fatos são encontrados usando os conceitos de engrama (WARBURG), que traz a memória expressiva dos processos de segregação desenvolvidos na cidade, e de mosaico (BENJAMIN), onde se justapõem elementos e tempos heterogêneos destes fatos. O mosaico apresentado é resultado de um primeiro exercício que reúne portais e engramas, relacionados entre outros: aos momentos insurgentes de disputa por ocupação e uso do CHS; aos instrumentos autoritários de regulamentação do espaço que foram usados em diversas épocas; a vulnerabilidade da ocupação e uso do CHS pelas pessoas mais pobres e aos caminhos por onde se articula a ambição da elite social. O resultado da pesquisa mostrou que o método desenvolvido traz a possibilidade de compreender processos urbanos complexos como a segregação, tendo como premissa a justaposição anacrônica de elementos diversos e a elaboração de questões a partir do conceito de alegoria. Com relação as ações de resistência popular a este processo, que é de onde esta pesquisa busca pensar e contribuir, o mosaico sinaliza entre outras abordagens, para uma revisão crítica das táticas empreendidas, especialmente aquelas que, em alguns momentos, desejavam o papel de resistência participativa dentro das regras do jogo do poder hegemônico, mas que outras nuances dessas mesmas regras as capturaram em armadilhas para legitimar simulacros de participação social.