Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Checa, Meire Pereira |
Orientador(a): |
Viégas, Lygia de Sousa |
Banca de defesa: |
Kalmus, Jaqueline,
Castelar, Marilda,
Costa, Eliane Silvia,
Ribeiro, Maria Izabel Souza,
Viégas, Lygia de Sousa |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
em Educação
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/34339
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Resumo: |
Esta pesquisa tem como objetivo compreender a atuação de profissionais de psicologia nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) no município de Salvador-BA diante da demanda escolar direta ou indireta. Inicialmente, a pesquisa tece considerações sobre a história da política de assistência social no Brasil desde os tempos coloniais, a fim de analisar o discurso oficial que sustenta a mais recente criação e funcionamento dos CRAS no país. Em seguida, aborda o discurso oficial da política socioassistencial com destaque para o exercício de profissionais de psicologia, bem como os documentos produzidos pelo sistema conselhos acerca dessa atuação. O referencial teórico fundamentou-se nas contribuições da Psicologia Escolar e Educacional em uma perspectiva crítica, como em autores críticos no campo da Psicologia Social. Posto isso, apresenta a pesquisa de campo, de cunho qualitativo, da qual participaram oito profissionais de psicologia que atuavam em CRAS de diferentes territórios do município de Salvador-BA. Como procedimento, realizamos entrevistas semiestruturadas, por meio das quais foi possível conhecer como tem se dado o acolhimento, o encaminhamento e o acompanhamento das demandas escolares por parte destas profissionais; as concepções acerca das famílias pobres e das escolas públicas, além de alcançar alguns sofrimentos disparados a partir da experiência de trabalho. A análise do material, à luz do referencial teórico adotado, aponta que o público que mais busca as profissionais da psicologia levando demandas escolares são mulheres pobres, em sua maioria negras, que acompanham seus filhos em busca de atendimento clínico individualizante a partir do encaminhamento inicial feito pelas escolas. Desse modo, buscamos tecer uma análise interseccional, visando a abarcar os atravessamentos, sobretudo de classe, gênero e raça que perpassam suas experiências de vida. A tese finaliza com apontamentos ético-políticos, com destaque para a necessária ampliação do debate, na formação básica e continuada de profissionais da psicologia, sobre as demandas escolares, a adoção de uma linha de ação desmedicalizante e interseccional diante desse público e a urgente articulação entre os serviços públicos que acolhem esse tipo de demanda, a fim de discutir sua incidência e consolidar o compromisso social de profissionais da psicologia no sentido de estabelecer um “fio condutor” integrador das ações sociais, a partir de uma compreensão da relação entre educação e assistência social. A tese também aponta para a importância de se ampliar a integração das profissionais da psicologia, para efetivamente atuarem em rede e fortalecerem coletivamente as estratégias de superação das dificuldades de atuação nesse campo, o que inclui a luta por condições estruturais até mesmo básicas para o exercício profissional digno. Esperamos, com esta tese, contribuir para a atuação de profissionais da psicologia na assistência social, evitando o adoecimento, bem como contribuindo para a construção e difusão de práticas interseccionais e desmedicalizantes nesse território. |