Estratégias e dinâmicas da produção do cuidado em famílias intergeracionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Marina Rosado dos lattes
Orientador(a): Baour, Josimara Aparecida Delgado lattes
Banca de defesa: Baour, Josimara Aparecida Delgado, Machado, Milena Freitas, Noronha, Valéria dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Departamento: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH)
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/37833
Resumo: O presente trabalho tem como tema o cuidado na sociedade contemporânea a partir da perspectiva da vivência de mulheres em famílias intergeracionais, e com base em uma abordagem feminista que considere fundamental compreender as relações entre classe, raça, gênero e geração, numa dimensão de totalidade. Busca resgatar uma tradição teórica marxista, mas por um viés que a atualiza e revigora, realçando ferramentas que ajudam a entender a sociedade capitalista a partir de contribuições teórico-críticas no campo dos feminismos, como a Teoria da Reprodução Social, por exemplo, e o diálogo que esta pode estabelecer com outras vertentes, tal qual o feminismo materialista e o próprio feminismo negro. Isto porque continua latente na sociedade uma tendência de responsabilização das figuras femininas pela realização de trabalhos domésticos e de cuidados, o que historicamente tem causado impacto em suas trajetórias de vida e em todas as fases dela, posto que hoje percebe-se uma alteração cada vez maior no perfil dessas mulheres, as quais mesmo quando velhas e inseridas em dinâmicas familiares marcadas pela intergeracionalidade – contexto suscitado por aspectos variados – continuam a participar do ciclo de cuidados, não só como alvos dele, mas também agentes. Muito desse cenário é ainda agudizado por um modelo de Estado neoliberal que, ao longo dos anos, tem se isentado em assumir um papel de destaque no que tange à proteção social dessas famílias, criando uma cultura de autorresponsabilização e empreendedorismo individual, promovendo ataques aos direitos e serviços sociais, ao mesmo tempo que invisibiliza quem são os sujeitos que têm arcado com as consequências desses desmontes. A pesquisa tem um caráter bibliográfico e intenta analisar, a partir de produções empíricas já existentes, as tendências no que se refere à materialização do cuidado promovido pelas famílias e em especial pelas mulheres, e em que medida os indivíduos responsáveis por esse cuidado têm sido alcançados ou desamparados em termos de proteção social, apontando, ainda, possíveis lacunas e categorizações dessas tendências, a fim de apontar possíveis aprofundamentos analíticos.