Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Pinheiro, Caliandra Machado |
Orientador(a): |
Torrenté, Monica Oliveira nunes de |
Banca de defesa: |
Alzaté Lopez, Yeimi Alexandra,
Alves, Vânia Sampaio,
Gerhardt, Tatiana Engel |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Saúde Coletiva
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26333
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Resumo: |
A Reforma Psiquiátrica ancora-se no resgate da cidadania das pessoas com sofrimento psíquico e na proposta de construção de uma rede ampliada de cuidados em saúde mental. Desta forma, as ações de desinstitucionalização devem se concretizar mediante o cuidado integral e a reinserção destes sujeitos no espaço social. No que se refere às pessoas com experiência de uso problemático de substâncias psicoativas, o desafio da desinstitucionalização ganha ainda diferentes matizes, devido à complexidade do fenômeno do uso de substâncias e seus aspectos jurídicos e sociais. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo estudar a trajetória de pessoas com histórico de uso problemático de substâncias psicoativas de modo a analisar a integralidade do cuidado em seus itinerários terapêuticos como um operador de desinstitucionalização em saúde mental. Neste trabalho foram reconstruídas as trajetórias de quatro pessoas a partir de um referencial qualitativo de cunho etnográfico, com o uso do método da História de Vida e de elementos da Observação Participante. A análise dos dados se pautou numa perspectiva hermenêutica crítica e reflexiva das narrativas e das práticas cotidianas, tendo como norte teórico a fenomenologia e a construção social da realidade, como também conceitos em torno da cotidianidade, como as ―maneiras de fazer‖ em Certeau, e as ―trajetórias sociais‖ em Bourdieu. Os resultados apontaram para uma construção do cuidado feita a partir da articulação entre o modo como as pessoas ―costuraram‖ as redes formais e informais e a maneira como estas redes interferiram na trajetória destes sujeitos, incluindo a disponibilidade e a qualidade dos recursos dessa rede. Para realizar tal ―costura‖, os sujeitos utilizaram ―táticas‖ de modo a explorar os recursos das redes de modo diverso e singular. Dessa forma, as redes em si não determinaram a construção dos itinerários terapêuticos. Estas ―táticas‖ podem ser potencializadas por estratégias de cuidado que levem em conta sua existência e seus modos de operar. Em termos da rede de saúde mental, foi possível observar que o funcionamento das unidades de internamento estão mais afinadas aos modelos jurídico-moral e médico e mais distantes dos princípios da integralidade; enquanto os serviços substitutivos (CAPS) estão mais próximos aos modelos psicossocial e sociocultural e das ações que caminham no sentido do olhar integral. Por fim, tais resultados podem ser úteis em termos da melhoria da organização das redes e serviços de saúde e para a formulação e implementação de políticas voltadas para a atenção aos usuários de substâncias psicoativas. |