Ditadura Militar e Amazônia: Desenvolvimentismo, representações, legitimação política e autoritarismo nas décadas de 1960 e 1970

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Miranda, Camila Barbosa Monção
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8775145353507691
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6835
Resumo: Estudos sobre a ditadura militar brasileira, iniciada em 1964, têm crescido em número e diversidade. São muitos os aspectos sobre este período autoritário que podem ser abordados pela História e pelas demais ciências humanas e sociais. Assim, buscando contribuir para essa gama de pesquisas que têm sido realizadas nos últimos anos, este trabalho objetiva compreender as relações entre a ditadura e a Amazônia, partindo da análise da abordagem discursiva sobre as ações desenvolvimentistas empreendidas pelo governo na região. Um estudo que perpasse essas grandes obras e projetos idealizados e, em alguns momentos, concretizados pelos militares, torna possível compreendê-los dentro dos ideais de desenvolvimentismo e modernização conservadora. Outrossim, será exposto como se torna notória a relação dessas iniciativas com a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), com uma cultura política nacional-estatista, como propõe Daniel Aarão Reis, ou com uma cultura política brasileira, conforme compreende Rodrigo Patto Sá Motta. Dessa forma, serão investigados discursos do próprio governo sobre essas empreitadas, além de manifestações da imprensa e da literatura acadêmica sobre o assunto, tanto de maneira local quanto de expressões vindas de fora do território amazônico. Espera-se entender como as diferentes representações sobre a Amazônia foram mobilizadas de forma endógena (de dentro) e exógena (de fora) a fim de legitimar ou questionar os projetos ditatoriais nessa vasta porção do Brasil. Pretende-se perceber de que maneira a imprensa transmitiu e opinou sobre os impactos dos projetos desenvolvimentistas da ditadura militar na Amazônia, compreendendo a execução e planejamento dessas empreitadas como uma forma de exercício de controle e poder da ditadura na região. Ademais, procurando entrelaçar este trabalho à história amazônica de uma forma mais ampla, serão estudadas a formação e as transformações das representações sobre a Amazônia ao longo do tempo, ligando-as às apropriações feitas pela ditadura, pela imprensa e pela literatura. Também serão mapeadas as concepções de desenvolvimento e desenvolvimentismo presentes nos discursos governamentais, na imprensa e em produções intelectuais publicadas nas décadas de 1960 e 1970, entendendo que este conceito e suas tentativas de aplicação são anteriores ao período da ditadura militar. Além disso, este trabalho buscou inserir esse momento da história amazônica a alguns eventos nacionais ligados à ditadura e ao crescimento dos ideais desenvolvimentistas que floresceram no Brasil antes mesmo de 1964.