A realização da vogal /o/ em posição tônica no falar paulivense – zona rural (Amazonas)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Camilo Jaílton Martins dos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8741997065359630
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8009
Resumo: A região do Alto Solimões, localizada no oeste do Amazonas, possui uma significativa variedade de povos e culturas. Por se tratar de uma grande área territorial, ainda há poucas pesquisas realizadas, especificamente, na Sociolinguística Variacionista. Optou-se, neste trabalho, por estudar, em uma cidade localizada na referida região, um aspecto fonéticofonológico variável já estudado em outras regiões do Amazonas e que parece estar em fase de extinção: o alteamento da vogal /o/ em posição tônica. Dessa forma, este estudo teve como objetivo geral investigar a realização da vogal /o/, em posição tônica, no falar dos moradores da zona rural do município de São Paulo de Olivença (AM), a fim de contribuir para o conhecimento das áreas dialetais brasileiras. Para isso, pretendeu-se, especificamente, descrever as variantes da vogal /o/ em posição tônica na referida localidade; analisar os grupos de fatores condicionadores, linguísticos e extralinguísticos, que podem estar influenciando o fenômeno em estudo; discutir se esse fenômeno constitui uma variável estável ou se está em processo de mudança através da observação do tempo aparente (idade). No que tange à metodologia, os informantes desta investigação foram estratificados de acordo com faixa etária (18 a 35 anos, 36 a 55 anos, 56 anos em diante), escolaridade (ensino fundamental I: 0 a 3 anos de escolaridade; Ensino Fundamental II: 4 a 9 anos de escolaridade; E ensino médio: 10 a 12 anos de escolaridade), sexo (homem e mulher) e zona (duas comunidades ribeirinhas), totalizando 28 informantes. Após a transcrição das entrevistas, foram submetidos 5.040 dados ao programa estatístico GoldvarbX. Desses dados, 3.795 foram da variante [o], correspondendo a 75,3% do total e 1.228 realizações da variante [u] que corresponde a 24,4% dos dados. Além das variantes previstas, apareceram mais duas realizações, o [e] que apresentou 3 ocorrências, correspondendo a 0,1%, e o [a] que apresentou 14 ocorrências, correspondendo a 0,3% dos dados gerais. Quanto às variáveis independentes linguísticas e extralinguísticas controladas, considerando a rodada estatística sem os contextos antecedentes e subsequentes, o programa estatístico selecionou os grupos significativos na seguinte ordem: classes de palavras, faixa etária, escolaridade, ditongo, localidade e posição na palavra. Houve, também, uma rodada por localidade, na qual Santa Rita do Weill, com a retirada dos contextos e posição na palavra, selecionou os seguintes grupos de fatores: classe de palavras, faixa etária, escolaridade, ditongo e, diferente da rodada geral, sexo. Já a rodada do Monte Santo, após a retirada dos contextos, adjetivo e numeral (classes de palavras), posição na palavra e faixa etária - devido aos knockouts e sobreposições -, selecionou os seguintes grupos de fatores: classes de palavras, escolaridade e ditongo. Com os resultados obtidos, observou-se que, dentre as variáveis independentes controladas,a linguística classes de palavras se mostrou como a mais relevante para a compreensão do fenômeno estudado, o alteamento, ainda que o mesmo apareça com pouca ocorrência. Espera-se que esta pesquisa tenha possibilitado o conhecimento das variantes da vogal /o/, em posição tônica, utilizadas na fala dos moradores entrevistados da zona rural de São Paulo de Olivença (AM), assim como ter compreendido quais variáveis independentes atuam sobre o referido fenômeno.