Bacia hidrográfica do Rio Amazonas: contribuição para o enquadramento e preservação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Maria do Socorro Rocha da
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0248210829202167
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Química
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3152
Resumo: O estudo foi realizado na bacia hidrográfica do rio Amazonas, abrangendo os estados do Amazonas, Roraima, Pará e Rondônia com o objetivo de classificar os tipos de água dos rios respeitando suas características naturais, tendo como referência a classe 2 da Resolução CONAMA nº 357/2005. Foram realizadas 289 coletas, sendo 100 ao longo do rio principal ( Amazonas ), com estações a montante e a jusante das principais cidades e 189 em tributários, seguindo o período de águas altas/cheia e águas baixas/estiagem, no período de março de 2009 a julho de 2012. As técnicas usadas foram potenciometria, condutometria, espectofotometria no visível, espectofotometria de massa, Plasma acoplado por indução (ICP) e espectroscopia de absorção atômica (A.A). As características físicas e químicas das águas dos rios são bastante diversificadas, o pH varia de ácido (3,6) a alcalino (7,56), o oxigênio dissolvido oscila entre 1,41 mg/L (pouco oxigenada) a 10,00 mg/L (bem oxigenada). No período chuvoso as águas são mais acidificadas, mais oxigenadas e com valores mais elevados de turbidez, material em suspensão e sílica. As águas da bacia hidrográfica do rio Amazonas são bicabornatadase os de origem andina (calha principal do rio Amazonas) são cálcicas. Os dados foram agrupados com auxílio da estatística descritiva do R e estabelecidas as faixas dos limites naturais dos tipos de água, a princípio, os padrões regionais. Para avaliar se existem diferenças de tipos de água dentro da própria bacia Amazônica, foi utilizada a análise de agrupamento (AHC), ficando evidenciada a existência de três regiões: a) uma mais a oeste recebendo influência das regiões Andina e pré-Andina, rios com maiores valores de condutividade elétrica (40,00 80,00 μS/cm), o pH variando de pouco ácido a alcalino (valores entre 6,5 e 7,6) ex. rio Amazonas e alguns tributários da margem direita; b) uma ao Norte, influenciada pelo Escudo das Guianas, com águas entre ácidas e ligeiramente ácidas (pH entre 4,6 e 6,5), pouco mineralizadas, com condutividade <40,00 μS/cm, ex. os tributários da margem esquerda; e c) uma terceira região que está sob influência do Escudo Brasileiro, indo de águas ligeiramente ácidas a neutras (pH entre 6,0 e 7,0), apresentando também baixas cargas iônicas com condutividade <40,0 μS/cm, ex. tributários da margem direita do baixo Amazonas, como o Tapajós e o Xingu. Para estimar os limites naturais de algumas variáveis consideradas críticas, como o pH e oxigênio dissolvido (OD), foram utilizados a mediana e o quartil (percentil, quartil e decil), obtendo-se os seguintes resultados para cada região: nos rios de origem Andina ou pré-Andina a faixa de pH foi 6,03-7,23 e OD 2,12-6,04 mg/L; já os rios originários no Escudo Brasileiro tiveram o pH na faixa de 6,16 a 6,94 e o OD entre 6,27 e 9,63 mg/L; e os rios que se originam no Escudo das Guianas o pH ficou entre 4,66 e 6,66, estando o OD entre 2,05 e 7,79 mg/L. Além das variáveis acima, temos ainda a cor natural que pode chegar a 170,54 mgPt/L, ultrapassando em muito a legislação. Alguns metais também naturalmente ultrapassam os limites para classe 2, Resolução CONAMA nº 357/2005, são eles: Ba (8,25 mg/L), Cd (0,87 mg/L), Zn (1,40 mg/L), Mn (1,045 mg/L), Al (0,18 mg/L), Ni (0,05 mg/L), Cr (0,17 mg/L) e Cu (0,14 mg/L). Na Amazônia cada região apresenta suas peculiaridades e o grande desafio na gestão destes recursos será o enquadramento dos grandes rios. Considerando a extensão da bacia Amazônica e o grande número de tributários, este estudo nas águas coletadas apenas na sub-superfície dos rios ainda é insuficiente para definir padrões regionais para toda bacia.