Plantas medicinais utilizadas em 9 comunidades rurais de Itacoatiara e aspectos anatômicos e histoquímicos de duas espécies (Pogostemon cablin Benth e Tripogandra glandulosa (Seub.) Rohw)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ferreira, Deolinda Lucianne Rodrigues
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6415855806347909
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Agronomia Tropical
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4972
Resumo: As plantas medicinais são aquelas que, de fato, podem causar algum efeito no organismo humano e seu uso contribui para sistematização do conhecimento e valorização do saber local. O objetivo desse estudo foi registrar a diversidade de plantas de uso medicinal, indicações terapêuticas e formas de uso em 9 comunidades rurais de Itacoatiara, AM; apresentar novos registros de uso medicinal de Cyperus luzulae (L.) Rottb. ex Retz e Tripogandra glandulosa (Seub.) Rohw e estudar anatomicamente e histoquimicamente Pogostemon cablin Benth e Tripogandra glandulosa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com moradoras identificadas como conhecedoras do uso de plantas medicinais (método bola de neve). O material coletado foi incorporado ao Herbário do CESIT-UEA. A diversidade de espécies foi analisada a partir do Nível de Fidelidade (FL), Prioridade de Ordenamento (ROP) e similaridade (Método de Ward’s, Índices de Diversidade de Shannon Wiener). Foram analisados registros de uso medicinal das duas espécies em 100 artigos científicos. Estudos anatômicos se deram a partir de folhas adultas fixadas em FAA e conservadas em álcool 70%. O preparo de lâminas seguiu protocolo padrão. Testes histoquímicos foram aplicados para determinar amido, lipídeos, proteínas, pectinas, compostos fenólicos e taninos. Análise da microscopia eletrônica de varredura (MEV) seguiu a fase de desidratação, secagem em ponto crítico e cortes interpretados em MEV. A suficiência amostral foi comprovada com 36 informantes (curva do coletor). Foram levantadas 104 espécies com predominância de exemplares da família Lamiaceae (11,53%). A maioria das mulheres informantes estavam na faixa etparia de 55 e 78 anos (69,5%). As dez espécies mais citadas foram: Ruta graveolens, Mentha pulegium, Kalanchoe pinnata, Byrsonima intermedia, Mentha villosa, Portulaca pilosa, Gossypium hirsutum, Chenopodium ambrosioides, Aloe vera e Vernonia condensata. As folhas foram a parte mais utilizada (84%) para chás. As principais indicações foram para o tratamento de males do estômago, mal olhado e garganta. Os índices de FL e ROP mais significativos foram os da babosa (respectivamente, 0,8 e 0,64), mastruz (0,72 e 0,51) e hortelã-grande (0,66 e 0,43). A concentração do conhecimento tradicional de uso medicinal entre os mais velhos aponta a necessidade de ações de valorização deste conhecimento entre os jovens. Somente tampão (Cyperus luzulae) e tapacu (Tripogandra glandulosa) foram citadas por apenas uma informante nas comunidades São João do Araçá e Nossa Senhora de Fátima para tratar diarreias. Nenhum artigo registrou o uso medicinal de Cyperus luzulae e Tripogandra glandulosa. Oriza (Pogostemon cablin) foi a planta mais citada para tratar doenças do coração e do sistema circulatório. Estudos anatômicos de oriza e tapacu foram realizados, sendo o primeiro registro de tapacu na literatura. Pogostemon cablin apresentou grande número de tricomas tectores e glandulares indicando a concentração de óleos essenciais. Estômatos ocorrem nas duas faces da epiderme, sendo predominante na abaxial, caracterizando a folha como anfiestomática. Na histoquímica foram identificados, lipídeos, proteínas, compostos fenólicos, taninos, pectinas e amido. A folha de Tripogandra glandulosa é hipoestomática com estômatos somente na face abaxial da epiderme. Há presença de tricomas tectores e glandulares simples, epiderme com células buliformes, presença de ráfides. Ocorreu reação para amido, pectinas, proteínas, taninos e compostos fenólicos