Vivências de prazer e sofrimento nos trabalhadores de Enfermagem em um Hospital Universitário em Manaus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santana, Priscila Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4796
Resumo: O presente trabalho apresenta uma pesquisa de mestrado desenvolvida no setor da enfermagem de um Hospital Universitário em Manaus, que teve por objetivo compreender os processos psicodinâmicos de trabalho de enfermagem em um hospital, desvelando as vivências de sofrimento e os caminhos para sua subversão em prazer/ sentido no trabalho. Utilizou o referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho, que parte da escuta clínica, propiciando o espaço da fala, da escuta e elaboração das vivências de prazer e sofrimento, conduzindo à busca de transformação do sofrimento e a atribuição de sentido para o trabalho. A metodologia utilizada foi uma adaptação à clínica do trabalho, denominada de oficinas de escuta clínica do trabalho baseada na proposta de Martins e Mendes (2012), como intervenção grupal que articula os conhecimentos da Psicodinâmica do Trabalho, da psicanálise e do grupo operativo de Pichon-Rivière, tento em vista a utilização do relato clínico e a dinâmica de grupo, caracterizando a clínica pelo seu objeto. A complexidade da organização de trabalho do coletivo de pesquisa requereu a utilização de dois instrumentos na análise da demanda, que corresponde a pré-pesquisa, primeira etapa da clínica. Foi aplicado o ITRA a 73 participantes, dos quais 45 também participaram de uma entrevista individual. Na pesquisa propriamente dita foram realizados (4) quatro encontros de oficinas de escuta clínica do trabalho, com os setores do centro médico de esterilização e centro cirúrgico. A terceira etapa compreende a análise clínica do trabalho, que organiza os dados entre os eixos da organização do trabalho; mobilização subjetiva; sofrimento, defesas e patologias. Os resultados apresentam uma organização do trabalho pautada pela sobrecarga, desencadeadora de sofrimento, sendo registrado grande número de tarefas. A sobrecarga se relaciona ao reduzido número de técnicos e às dificuldades com a manutenção dos equipamentos. Mas a experiência de trabalho e a cooperação são grandes aliados na mobilização para ultrapassar as dificuldades e ressignificar o sentido e o prazer no trabalho. As conclusões apontam que o trabalho da enfermagem é coletivo e contínuo, no qual um depende do outro, e que estas relações, implicadas com a organização de trabalho, marcada por sobrecarga e pressão,e entrelaçadas pelo cuidar, são desencadeadores de sofrimento. No entanto foi possível identificar a mobilização do coletivo para ultrapassar as dificuldades e fazer bem o seu trabalho, transformando o sofrimento em prazer.