Educação para a conformação: os pressupostos cristãos e os fundamentos da pedagogia social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Costa, Nayara de Souza
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/9756090125801120, https://orcid.org/0000-0002-3155-2487
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Educação
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10563
Resumo: O trabalho intitulado Educação para a conformação: os pressupostos cristãos e os fundamentos da pedagogia social possui como objetivo geral compreender a relação entre o papel secular exercido pela Igreja Católica e seu processo de descristianização no campo social e educacional ante a estruturação teórica da Pedagogia e da vertente denominada pedagogia social. Para tanto, dispomos dos seguintes objetivos específicos: a) identificar o papel secular da Igreja na Idade Média quando no seu processo de unificação e fortalecimento, a partir da diferenciação entre educação social e instrução; b) caracterizar o trajeto gradual de questionamento e substituição da função social da Igreja no espaço escolar na relação de luta de classes; c) analisar os processos ideológicos de formação e conformação social, mediante as proposições religiosas, liberais e reivindicatórias; e, d) correlacionar o processo de laicidade no espaço escolar e o aspecto de descristianização no âmbito não escolar com a construção científica da Pedagogia, bem como, a necessidade de uma pedagogia social, no século XIX. A fim de alcançá-los, seguimos epistemologicamente o método Materialismo Histórico-Dialético, no qual a contradição e a ideologia constam como categorias de análise que possibilitam a síntese das múltiplas determinações. Como metodologia, tem-se uma pesquisa exploratória, descritiva e bibliográfica com uso de fontes primárias e secundárias. Tal caráter se justifica pela reordenação de ampliação do recorte temporal e espacial para obtenção de uma visão geral e aproximativa do objeto de estudo por meio da revisão de literatura e análise crítico-reflexiva do fenômeno educativo no processo de compreensão dos fatores que determinam e contribuem nas mudanças históricas, sociais, políticas, econômicas e educacionais. Nesse percurso, o marco teórico fundamenta-se em clássicos como Friedrich Engels e Karl Marx para a compreensão histórica, junto de outros autores, a saber Eric Hobsbawm, Mary Fulbrook, Emma Marriott para compreensão do contexto social e alemão; Maria Franco, José Carlos Libâneo, Mario Manacorda, Lorenzo Luzuriaga e Dermeval Saviani na educação e Pedagogia; Andrés Díaz, Lorenzo Luzuriaga e Maria Mendizábal sobre o percurso da pedagogia social, bem como, outras bibliografias para especificar os acontecimentos educacionais e pedagógicos Maria Luiza Marcílio e outros autores para articulação com a criança e infância pobre. O panorama do trabalho tem como fio condutor a formação do homem religioso, cortesão, culto e cidadão no âmbito dos fundamentos cristãos na educação (escolar) e a sua descristianização como reflexo das transformações sociais, históricas, políticas, econômicas e educacionais na relação dialética entre teoria e prática. Como considerações, conclui-se que a educação (escolar) foi utilizada pela Igreja Católica na Idade Média como meio de unificação e fortalecimento do seu poder, mas no processo de alianças e lutas de classes, os grupos religiosos ligados à vertente cristã passaram a ser questionados e substituídos face a necessidade de controle da educação, o que gerou tanto uma concepção renovada quanto a laicização. Logo, em um período de emergência, essas mudanças fortaleceram a criação da pedagogia científica em um primeiro momento. Com a necessidade de apaziguamento dos conflitos sociais, esse movimento repercutiu no nascimento da pedagogia social no século XIX e no seu fortalecimento a partir do século XX.