Trabalho, violência e sofrimento: estudo com cobradoras de transporte coletivo urbano de Manaus
Ano de defesa: | 2012 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia BR UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2838 |
Resumo: | O trabalho é objeto de estudo de diversos campos de conhecimento científico, dada sua importância na realização pessoal e profissional. Sendo um elemento central na vida humana, pode promover a saúde ou desencadear doença, dependendo da complexa relação de múltiplos elementos. Manaus sedia a Zona Franca que trouxe a criação e expansão de diversas frentes de trabalho, dentre as quais, a ampliação de vagas nos transportes urbanos. Esta pesquisa teve como objetivo compreender o real do trabalho das cobradoras, em particular o enfrentamento do assalto e a sua relação com o adoecimento no trabalho. Os objetivos específicos foram: caracterizar a organização do trabalho de cobradora de transporte coletivo urbano em Manaus; compreender a vivência de sofrimento diante do assalto; identificar as estratégias de defesa; indicar as consequências da vivência do assalto. O referencial teórico escolhido foi a Psicodinâmica do Trabalho, por possibilitar a compreensão da subjetividade do trabalhador, incluindo sua dinâmica de relações entre os pares e o contexto de trabalho. Utilizou-se o método clínico, de abordagem compreensiva interpretativa, apoiado na fala e na escuta psicanalítica. Para a coleta de dados utilizou-se a leitura dos fragmentos da escuta clínica das trabalhadoras em processo de atendimento psicológico grupal, situado no contexto de trabalho. Quanto aos resultados, a organização do trabalho reconhece o trabalho de cobradora pelo ser e não pelo fazer. Como principal fator à contratação de pessoal, a apresentação estética e beleza da trabalhadora prevaleceram sobre o saber- fazer. A violência urbana, na forma de assalto seguido de roubo, levou ao adoecimento das cobradoras, impossibilitando que continuassem no trabalho. A organização do trabalho nega o assalto, que representa o real do trabalho das cobradoras, cujo enfrentamento não é reconhecido como trabalho, pois a prescrição da tarefa é lidar com o dinheiro no caixa do ônibus. A empresa desestruturou a construção de estratégias de defesa coletivas para enfrentar o sofrimento, evidenciando uma quebra da dinâmica do reconhecimento do fazer pelos pares e pela hierarquia. A pesquisa concluiu que o aumento do número de assaltos deixou as cobradoras cada vez mais expostas ao adoecimento, ao mesmo tempo em que a empresa não investe em proteção ou planos de combate à violência; e ainda responsabiliza as cobradoras pelo assalto, quando as obrigam a pagar. Portanto, a pesquisa aponta a relevância de estudar essa realidade de trabalho patogênica, que atinge a um grupo de trabalhadoras, que tem o sofrimento agravado em um contexto em que a busca do lucro é o interesse absoluto, à custa do adoecimento destas, que são descartadas quando adoecem. |