Primeiras hidrelétricas em rio de águas brancas na Amazônia: resistência da ictiofauna bentônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Ariana Cella
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5748850237295780
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas - Universidade Federal de Rondônia
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM - UNIR
Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal - BIONORTE
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/5928
Resumo: O barramento de rios para geração de eletricidade é uma das atividades mais impactantes em sistemas aquáticos. São inúmeras as consequências ambientais decorrentes de grandes barragens, incluindo impactos diretos nas propriedades biológicas, químicas e físicas dos rios. Recentemente a bacia Amazônica tem experimentado um boom de construção de hidrelétricas, colocando a sua grande biodiversidade em risco. Durante seis anos foram conduzidos estudos ictiofaunísticos no rio Madeira, três anos antes e três anos depois da construção em cascata de duas grandes barragens (UHEs Jirau e Santo Antônio). Foram amostradas assembleias de peixes dependentes da planície de inundação (pelágicos) e do fundo do canal principal do rio Madeira (bentônicos). Para entender os efeitos dos reservatórios em cascata minha tese foi organizada em três capítulos. O primeiro capítulo apresenta a relação peso-comprimento (RPC) de 112 espécies de peixes, representando 23 família e cinco ordens capturadas no rio Madeira. Oito novos registros de RPC foram apresentados para espécies amazônicas conforme informação da base Fish-Base. RPCs provem um registro histórico de dados para os coeficientes a e b antes do barramento do rio Madeira, permitindo comparações futuras dos impactos promovidos nesses parâmetros populacionais. O segundo capítulo traz um artigo sobre a distribuição espaço-temporal de jovens dos gigantes pimelodídios do gênero Brachyplatystoma spp. Larvas e juvenis estiveram presentes em baixas abundâncias em todas as áreas e durante todo o ciclo hidrológico. A presença de larvas e jovens da espécie Brachyplatystoma rousseauxii ao longo do canal do rio Madeira por todo o período hidrológico sugere eventos de desova assincrônica nas cabeceiras do rio Madeira. Finalmente, nós examinamos as primeiras respostas das assembleias de peixes, tanto pelágicos como bentônicos, três anos antes e três anos depois dos barramentos. As principais mudanças ocorreram nos atributos de riqueza, abundância e biomassa das espécies, sem diferenças notáveis na diversidade e equitabilidade das espécies antes e depois dos barramentos. Observamos alterações imediatas na assembleia associada a planície de inundação, e foram relacionadas as mudanças ambientais locais. Já a ictiofauna bentônica do rio Madeira não apresentou alterações após os barramentos. Nosso estudo é relevante no tocante as respostas da ictiofauna em relação ao tipo de reservatório fio d’água, com impactos menos intensos em relação a regiões com reservatórios tradicionais.