A percepção do cuidado com a saúde de travestis e mulheres transexuais vivenciando a prostituição na cidade de Manaus/AM: análise compreensiva dos discursos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Miwa, Hellen Yuki Costa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0450542111306387
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7394
Resumo: Travestis e mulheres transexuais sofrem constantes violências, sendo estigmatizadas e marginalizadas da sociedade por subverterem os padrões de papeis de gênero. Quando estas estão no contexto da prostituição, o debate não se mantém central nas discussões, principalmente na esfera das políticas públicas. Desse modo, a presente pesquisa mostra-se relevante nessa temática devido a exiguidade de referencial teórico e a lacuna de conhecimento no cenário da região norte do Brasil. Portanto, buscou-se compreender a percepção do cuidado em saúde de travestis e mulheres transexuais vivenciando a trabalho sexual na cidade de Manaus (AM). Foi conduzida uma análise com o suporte do método fenomenológico de pesquisa, sendo entrevistadas três travestis e duas mulheres trans profissionais do sexo. Apresentou-se uma questão disparadora para iniciar as entrevistas: Fale como você cuida da sua saúde sendo travesti (ou mulher trans) profissional do sexo. As gravações tiveram a média de 50 minutos de duração e todas foram transcritas integralmente. A análise compreensiva contou com o aporte teórico de Martin Heidegger e sua fenomenologia existencial e foram encontradas quatro categorias temáticas. A primeira, “Sou quem sou, sou o que sinto, sou eu mesma”, trata das experiências das participantes sobre como se identificam em relação ao gênero e as diferenças do que entendem sobre a transexualidade e travestilidade. A segunda categoria, “No trabalho que executo, preconceito, violência e insalubridade: as faces de uma vivência”, versa sobre as experiências de preconceito, violência e a dimensão dos locais onde desenvolvem seu trabalho. “Um olhar sobre as instituições: saúde e segurança pública” é a terceira categoria que se refere à concepção das participantes no que concerne aos sistemas de saúde e de segurança pública. E a última categoria, “O ser-com-o-outro: as relações de cuidado”, aborda as experiências e as perspectivas a respeito do olhar da família, além da compreensão que elas têm sobre o cuidado durante o trabalho de atividade sexual. Conclui-se, dessa forma, que esta pesquisa contribui na compreensão do cuidado através do poder-ser dessa população para além de uma mera categoria identitária, bem como sua vivência de mundo no contexto da prostituição. Foi possível ampliar o entendimento sobre quais fatores pertencentes aos seus mundos de relações dificultam ou facilitam suas aberturas enquanto mulheres trans/travestis profissionais do sexo.