Transformação na fisionomia da paisagem após a construção da barragem de jirau: estudo de caso do antigo Distrito de Mutum Paraná/RO
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8511 |
Resumo: | Na Amazônia, a implantação de usinas hidrelétricas teve início há cerca de trinta anos e abrange, dentre outros desafios, o de compatibilizar a produção de hidroeletricidade com o processo de recriação e transformação da paisagem, pois a construção de barragens, consistindo em projeto de intervenção humana, altera os elementos da paisagem do entorno das barragens. Para contribuir com esse debate, esta pesquisa apresenta as mudanças na fisiologia da paisagem do antigo núcleo urbano do Distrito Mutum Paraná, município de Porto Velho (RO), o qual está sob influência direta da UHE Jirau, construída na Ilha do Padre. Como metodologia, foi utilizada a proposta de Libault (1971), estruturada em quatro níveis (compilatório, correlatório, semântico, normativo) e integrada ao terceiro nível de análise de Ab´Saber (1969), a fisiologia de paisagem. Diante desses pressupostos, o estudo apontou que a construção da usina revela a transformação considerável na fisiologia da paisagem em decorrência de interesses externos pelos recursos que divergem das comunidades tradicionais e indígenas. O recorte temporal do estudo foram os anos de 2009, 2013 e 2019, utilizando imagens de satélite, ou seja, antes, durante e depois da construção do reservatório. A partir das análises das imagens satélite e dos trabalhos de campo, os resultados evidenciam várias transformações na fisiologia da paisagem do antigo núcleo de Mutum-Paraná. A unidade de paisagem, nos anos de 2009, 2013 e 2019, foram classificadas em terraço fluvial rebaixado, terraço fluvial gerado por aplanamento atual, decorrente da ação antrópica, e bolsão de água, respectivamente. As fisiologias, para cada ano analisado, são caracterizadas como paisagem de agradação urbanizada e rural, sobre terraços fluviais, variando entre 90 e 100 metros, paisagem de degradação com superfície aplanada, sobre terraços fluviais, e corpo hídrico formado em cava, com padrão dendrítico. Quanto à área inundada pelo reservatório, no baixo e médio curso da bacia do rio Mutum-Paraná, foi bem maior do que a estimada. A supressão e fragmentação da biodiversidade, a transformação da dinâmica fluvial do rio Mutum- Paraná e seus afluentes, a supressão da vegetação, o bolsão de água, o remanejamento da população local, o desaparecimento da vila de Mutum-Paraná, a perda do patrimônio histórico e cultural, trechos da EFMM, e a mudança da fisiologia da paisagem são marcas deixadas pelo empreendimento de Jirau. |