Desvelando a si mesmo: a descoberta de transtorno do espectro autista em adultos e suas implicações
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10642 |
Resumo: | O diagnóstico de transtornos mentais pode causar diversas reações e reverberar de maneiras distintas na vida das pessoas. O Transtorno do Espectro Autista que é caracterizado por déficits na interação social e comunicação que persistem em diversos contextos, geralmente é associado à infância, no que se refere às pesquisas, dados e desenvolvimento de cuidados, a literatura aborda a temática principalmente sobre o diagnóstico da criança sendo o mais recorrente de se encontrar nos estudos, além das recomendações dos devidos acompanhamentos. Contudo nas últimas décadas, percebeu-se o crescimento dos diagnósticos chamados tardios, por acontecerem na vida adulta. O que pode estar associado à expansão dos critérios diagnósticos, ajustes e esclarecimentos acerca da condição, além do reconhecimento do autismo enquanto espectro, com a difusão de informações e maior alcance de público, assim levando à descoberta de diversos casos de TEA em maiores de idade. A pesquisa teve como objetivo compreender a pluridimensionalidade da vivência de pessoas adultas a partir da comunicação do diagnóstico de TEA nessa fase do desenvolvimento sob a ótica da teoria de Merleau-Ponty. Para realizar as análises deste estudo, foi utilizado o viés qualitativo de pesquisa por meio do método fenomenológico-psicológico de pesquisa em Psicologia. A análise das entrevistas foi a partir do referencial teórico de Merleau-Ponty, contudo o olhar lançado é para além da teoria em si mesma, mas um olhar crítico sobre a vivência, considerando o arcabouço contemporâneo no qual estamos inseridos, ou seja, como é a experiência para esse outro e como a comunicação do diagnóstico de TEA trouxe repercussões para sua vida e suas configurações relacionais. Foram participantes 6 pessoas diagnosticadas com TEA na vida adulta, o instrumento de pesquisa foi a entrevista fenomenológica áudio gravada que partiu da questão norteadora, chegando às seguintes Categorias de Análise e suas subcategorias: 1. Descoberta: encontrar-se, primeiros impactos, 1.1. A trajetória de chegada ao diagnóstico, 1.2. Dificuldades iniciais e não-aceitação, 1.3. Um alívio e um novo interesse 2. Sofrimento, desamparo e suporte 2.1. As dores invisíveis, 2.2. Diagnósticos, dúvidas, dificuldades e saúde, 2.3. As discussões sobre suporte; 3. Percepções e transformações, 3.1. Eu: sem referências, 3.2. Mudanças, 3.3. Ressignificações, novas perspectivas, 4. Expectativas e perspectivas, 4.1. Quem fui e quem sou, 4.2. Daqui em diante 4.3. Ser de possibilidades. Foi possível perceber as reverberações biopsicossociais que a ausência de acompanhamento para a condição trouxe enquanto empecilho e gerador de sofrimento em diversas etapas do desenvolvimento, a repercussão e impactos benéficos para o autoconhecimento e autocuidado que a descoberta do TEA trouxe para a vida dessas pessoas, buscando compreender o fenômeno tal qual é para cara um, dando voz a quem de fato está no cerne da situação, contribuindo no sentido de possibilitar maior conhecimento para o enfrentamento do quadro existencial que aí se instaura, além de conter diversas estratégias adotadas por eles ao longo da vida que possibilitam mais estudos e idealizações de propostas de apoio, acolhimento e cuidados para este público. |