O movimento de apoio à resistência Waimiri-Atroari: ecos de uma ação indigenista católica contra grandes projetos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Araújo, André Luiz Passos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0934235402954394
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Humanas e Letras
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/3969
Resumo: A Prelazia de Itacoatiara, em meados dos anos de 1970, se direciona a um trabalho pastoral interessado na discussão em torno da questão indígena. Tal preocupação emerge a partir da operacionalização das Políticas de Integração Nacional do governo brasileiro, que se lançam sobre as terras povoadas pela população Waimiri-Atroari, ameaçando, na visão dos missionários daquela Prelazia, destituir os direitos fundamentais à sobrevivência daqueles índios. Para combater essa investida do Estado, esses missionários desenvolveram, a partir da segunda metade de 1975, uma série de projetos objetivando investigar e denunciar as violentas formas de aproximação da sociedade nacional junto àqueles índios. Nasce a pastoral indígena daquela prelazia, que irá, por meio de um trabalho de conscientização, promover uma série de debates em fóruns diversos para expor os abusos sobre os Waimiri-Atroari. Com a intensificação dessas ações e a iminente concretização das Políticas de Integração, os missionários criam em 1983 o Movimento de Apoio à Resistência Waimiri-Atroari (MAREWA), com o objetivo de promover uma moção popular que fosse capaz de frear o avanço desses projetos e dessa forma garantir a conservação do modo de vida daqueles índios. Isto posto, esse trabalho traz à tona a trajetória da luta de homens e mulheres da Prelazia de Itacoatiara engajados no MAREWA em torno da população indígena Waimiri-Atroari e em defesa daquilo que acreditavam ser o ideal de política indigenista para aquele povo. Observa os desdobramentos dessa atuação não apenas no âmbito de seus ataques contra o Estado, mas também em uma dimensão que não se desprendia do popular, pois intimamente ligada a ela e que por sua vez, garantia sua aprovação e/ou rejeição no âmbito do social. Assim, esse texto oferece um cenário de relações sociais, de onde emergem indivíduos que tornam a história desse movimento rica, multifacetada e capaz de fornecer um panorama daquela sociedade em torno das questões indígenas e das reivindicações populares postas em pauta.