Estudo químico e avaliação das propriedades biológicas de Aspidosperma excelsum Benth

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Trindade, Ívina Thayná Miranda
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8763746181850611
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - Itacoatiara
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10555
Resumo: Espécies do gênero Aspidosperma (Apocynaceae) são reconhecidas por sua quantidade de alcaloides indólicos e seu uso popular no tratamento de doenças como leishmaniose, malária, diabetes, entre outras. Dentre as 68 espécies do gênero catalogada no Brasil, a espécie Aspidosperma excelsum, conhecida como Caparanaúba, é constantemente comercializada em feiras populares devido suas propriedades medicinais. Neste sentido, o presente estudo objetivou avaliar a composição química dos extratos de uma amostra comercial das cascas de A. excelsum e determinar a atividade antioxidante, antimicrobiana e antimalárica. Os extratos foram obtidos a partir da suspensão do material vegetal em solventes com ordem crescente de polaridade. As amostras foram submetidas a uma análise fitoquímica preliminar, assim como a métodos cromatográficos clássicos, espectrométricos e espectroscópicos (Espectrômetro de massas e Ressonância Magnética Nuclear). Os extratos foram avaliados quanto a sua ação antioxidante, frente aos radicais DPPH•, ABTS•+ e no potencial de redução do íon ferro (FRAP), e antimicrobiana sobre as cepas de Staphylococcus aureus, Streptpcoccus pneumoniae, Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Burkholderia cepacia, Candida albicans e Candida parapsilosis, através da técnica de microdiluição em caldo para a determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM). A atividade antimalárica foi avaliada por meio de microteste in vitro frente a Plasmodium falciparum, utilizando a linhagem 3D7 (sensível a cloroquina) e a citotoxicidade frente a linhagem de macrófagos murinos J774. Na triagem fitoquímica preliminar foram identificadas as classes de metabólitos alcaloides, antronas, triterpenos e esteroides. O fracionamento dos extratos resultou no isolamento e identificação dos alcaloides indólicos carapanaubina e O-Acetilioimbina, e por meio do estudo dos padrões de fragmentação dos extratos brutos, foram identificados três alcaloides indólicos, a espruceanumina B, 10-metóxidihidrocorinanteol e 11- metoxiioimbina, além dos ácidos 2-hidroxi-3-O-β-D-glicopiranosiloxi-benzóico, 9,12,13- trihidroxi-10,15- octadecadienóico e Quínico. No que se refere ao estudo biológico, o extrato hexânico apresentou ação moderada, com concentração inibitória mínima (CIM) de 400µg/mL, e os demais extratos obtiveram atividade fraca, com CIM de 1600µg/mL, frente a C. parapisilosis. Todos os extratos apresentaram atividade antifúngica fraca sobre C. albicans e demonstraram ser inativos frente a todas as bactérias nas diluições testadas. Todos os extratos analisados demostraram pouco conteúdo de fenólicos totais, com valores entre 31,25 a 138,06 ± 0,9 mg GAE g-1. O potencial antioxidante, frente aos radicais testados, foi expresso em micromolares de equivalente de Trolox (μM TE). Relativo à avaliação frente o radical de ABTS•+, o extrato hexânico foi inativo, porém os extratos clorofórmicos, acetato de etila e metanólico, apresentaram valores médios relativamente elevados, quando comparados com o padrão Trolox, na faixa entre 500 a 1000 μM, com valores entre 801,88 ± 42,22 e 936,33 ± 61,28 μM TE. Sobre o radical DPPH•, os extratos demonstraram baixo poder antioxidante. As amostras EC-Aex e EA-Aex, apresentaram maior poder de redução do ferro com valores de 841,11 ± 0,016 e 816,67 ± 0,023 µM Fe2+/g, respectivamente. Quanto a atividade antimalárica, as amostras EC-Aex, EA-Aex e EM-Aex, foram ativas frente a linhagem 3D7 de P. falciparum, apresentando percentual de inibição de 98, 97,5 e 83%. Os CI50 das amostras variaram entre 10 ± 2,1 ng/mL a 25 ± 10 ng/mL. Os extratos EC-Aex e EA-Aex apresentam eficácia antimalárica significativa contra P. falciparum, com concentração citotóxica de 50% (CC50) de 25±2,8 µg/mL e 78 ± 20 µg/mL. O extrato hexânico, foi inativo frente a P. falciparum. Os resultados obtidos demonstram que estudos subsequentes com A. excelsum são promissores, a fim de encontrar compostos com ações farmacológicas, uma vez que esta espécie apresentou atividades nos ensaios realizados, além de contribuir com os conhecimentos tradicionais.