Produção e caracterização de silagem de vísceras de peixe como ingrediente em rações para tambaqui

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santana, Thiago Macedo
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/3821696651142648, https://orcid.org/0000-0002-9442-9486
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Agrárias
Brasil
UFAM
Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal e Recursos Pesqueiros
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9335
Resumo: A aquicultura está em contínuo crescimento e há previsão de aumento de demanda por produtos aquícolas pelas próximas décadas. Juntamente com a ampliação da produção de pescado, há a geração de grande volume de resíduos. Esses resíduos aquícolas possuem alto valor biológico e podem ser processados em novos produtos, com potencial para utilização em dietas para animais de interesse zootécnico e de companhia. A realização dessa tese teve como objetivo destinar as vísceras de tambaqui para produção de silagem como um novo ingrediente para ração que agregue valor para a cadeia produtiva desta espécie. O capítulo I, apresenta uma revisão de literatura sobre o panorama mundial da produção de pescado e aquicultura, contextualização da utilização dos resíduos de pescado sob a forma de silagem e suas aplicações como ingrediente na alimentação animal. No capítulo II, o objetivo foi testar silagens ácida e fermentadas a partir de vísceras de peixe para determinar o seu valor nutritivo e o coeficiente de digestibilidade aparente de nutrientes e energia para juvenis de tambaqui Colossoma macropomum. As silagens apresentaram em média 55% de matéria seca, 62,9% de lipídeos e 12% de proteína bruta. A leucina e a lisina predominaram como aminoácidos essenciais. As silagens apresentaram teores entre 5,4 a 17,8 mg de ácido eicosapentaenóico (EPA) por grama de lipídeos e 1,7 a 8,9 mg de ácido docosahexaenóico (DHA) por grama de lipídeos. O coeficiente de digestibilidade aparente (CDA) foi superior a 82% para energia bruta em todas as formulações. Os CDAs para proteína foram similares entre as silagens fermentadas, com nível máximo de 92% para a silagem de farelo de trigo. A bioconversão de vísceras de peixe em silagem a torna um ingrediente energético para rações aquáticas bem digerido por juvenis de tambaqui. A silagem fermentada de vísceras de tambaqui com melaço foi escolhida para etapa seguinte, por possuir característica física (pastosa) que facilitou sua inclusão na mistura da formulação e no processo de extrusão das dietas experimentais. No capítulo III, foi avaliado a inclusão de diferentes níveis da silagem fermentada de vísceras de tambaqui com melaço (SV), na dieta para juvenis de tambaqui. Os péletes com maiores inclusões de silagem apresentaram menor taxa de expansão e flutuabilidade. Os peixes apresentaram crescimento similar entre os grupos experimentais, alcançando 500% em relação ao peso final. A conversão alimentar aparente média foi de 1,43, a taxa de eficiência proteica de 2,28% e taxa de crescimento relativo de 1,79%/dia. Os peixes alimentados com 20% SV apresentaram aumento no nível de colesterol plasmático, porém dentro do adequado para tambaqui saudáveis. A inclusão de silagem de víscera em dietas para juvenis de tambaqui reduziu a atividade da enzima alanina aminotransferase (ALT), confirmando o funcionamento hepático normal. As dietas experimentais tiveram o custo de produção variando de R$ 4,65 a R$ 4,68, porém a diferença não influenciou nos índices econômicos. É possível incluir 20% de silagem fermentada de víscera de tambaqui com melaço em dietas de juvenis de tambaqui sem prejuízo no seu crescimento e saúde.