A pichação como fenômeno socioambiental na cidade de Manaus
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Psicologia BR UFAM Programa de Pós-graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2850 |
Resumo: | A pichação é um fenômeno que ocorre com jovens nas grandes cidades e centros urbanos. A presente pesquisa estudou esta prática por um viés socioambiental a partir dos significados e motivações dos pichadores. A principal base teórica deste trabalho é a psicologia socioambiental de Ernest Fischer, a teoria dos affordances de James Gibson e a análise de ensignação espacial de Jean Baudrillard. Concebemos ainda que os praticantes da pichação são jovens e através da teoria sociohistórica, não entendemos esta juventude como uma fase, mas sim como uma prática atuante na sociedade. Este estudo teve como objetivo geral investigar os aspectos sócioambientais presentes na prática da pichação no espaço urbano e como objetivos específicos caracterizar as diferentes formas da pichação, que ocorrem em diversos lugares da cidade; analisar as formas de escolha dos espaços e as formas de apropriação pela pichação; verificar as motivações e significados dados pelos jovens que praticam a pichação. Para realização destes a pesquisa utilizou de abordagem multimétodos no intuito de conceber a pichação de forma mais ampla e utilizando a catalogação fotográfica, entrevistas semi-estruturadas, registro em diário de campo. Estudou-se mais de 2.000 fotos com pichações em relação aos tipos de mensagens e lugares de pichação. Obteve-se como resultado que a maior parte das pichações (97%) traz mensagens comunicativas ou não-reflexivas e tiveram como lugares mais comuns lojas, indústrias e centros comerciais (33,9%), residências e propriedades privadas (28,8%) e espaços de uso público (15%). Nas entrevistas ficou claro que os jovens pichadores analisam sua prática como uma forma de vandalismo, necessidade de reconhecimento, envolvimento coletivo na cena, literatura social, protesto, prática ilegal. Além disto, eles veem na figura do pichador alguém que possui vontade de se destacar, mas que se sente incompreendido, marginalizado, diferente e consciente de sua ação e limites. Descobriu-se ainda que os principais motivos que levam os pichadores a agir são busca de liberdade, influência dos grupos, forma de se sentir produtivo, necessidade de contestação, protesto, transformação, adrenalina, proibição, interação com a cena de pichadores, desejo, entre outros. Por fim percebeu-se que a pichação trata de uma relação socioambiental bastante complexa onde os pichadores agem dialeticamente, modificando o espaço da cidade ao mesmo que se transformam no contato com este. |