Variabilidade espacial em caracteres morfológicos e diversidade genética de Dendropsophus walfordi (Anura: Hylidae) em bancos de macrófitas na Amazônia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Zoologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6799 |
Resumo: | A Amazônia abriga uma alta diversidade biológica, que atrai pesquisadores desde o século XIX. Porém, o número real de espécies que ocorrem na Amazônia, e os processos responsáveis pela origem e manutenção dessa grande diversidade, ainda são amplamente debatidos. Muito do que se conhece da herpetofauna amazônica está relacionado às áreas de floresta não inundáveis; pouco se sabe sobre a diversidade nos ambientes sazonalmente alagados. Para os anfíbios um modo de dispersão nas florestas alagadas pode se dar através dos bancos de macrófitas. Essas comunidades de plantas aquáticas são consideradas os habitats mais densamente populosos nos corpos de água da várzea. Geralmente, em anfíbios, os movimentos de dispersão são de curtas distâncias. Dispersões em longa distância não são comuns, porém importantes para a expansão populacional, colonização de novos habitats e fluxo gênico. Dendropsophus walfordi ocorre na região central e mais ao norte da Bacia Amazônica no Brasil, em ambientes alagados associados às macrófitas. Nesse trabalho utilizamos dados morfométricos para avaliar se existem diferenças morfológicas significantes entre as populações amostradas, e também dados de sequência do gene mtDNA 16S, para avaliar o padrão de distribuição da variabilidade genética da espécie. Considerando que Dendropsophus walfordi ocorre nos bancos de macrófitas nossa hipótese nula é de que as populações são panmíticas ao longo de sua distribuição, uma vez que os deslocamentos dos bancos de macrófitas facilitariam o fluxo gênico. Para verificar padrões de divergência morfológica foi realizada uma PCA. Foi sequenciado o gene mtDNA 16S de 64 indivíduos distribuídos em 10 localidades. Foram utilizadas inferências Bayesianas para investigar o número de populações reais. A estrutura de populações foi obtida por meio da AMOVA e eventos demográficos foram investigados via testes D de Tajima e Fs de Fu. Também foi calculado o índice de diversidade genética. Adicionalmente, considerando a inexistência das relações filogenéticas para as espécies do grupo Dendropsophus microcephalus do qual faz parte D. walfordi, incorporamos essa abordagem no presente trabalho usando como estratégia a obtenção de todas as sequências de gene mtDNA 16S depositadas no GenBank para as espécies do grupo, tendo espécies do grupo Dendropsophus leucophyllatus como grupo externo. A análise dos componentes principais mostrou que não há diferenças fenotípicas aparentes entre as populações de D. walfordi. Os testes de neutralidade mostraram expansão populacional, e a AMOVA revelou níveis altos de estruturação populacional. Apesar de não haver relação entre a distância genética e distancia geográfica, algum outro fator como barreiras fluviais podem estar contribuindo para esses níveis de estruturação. Considerando o banco de dados obtidos, também exploramos as relações filogenéticas de D. walfordi com as outras espécies do grupo D. microcephalus. Os resultados da análise de Máxima Verossimilhança indicaram pouca resolução (baixo suporte) para a confirmação do monofiletismo do grupo D. microcephalus e, interessantemente, as espécies D. walfordi e D. nanus mostraram-se parafiléticas e grupo irmão de D. coffea, o que sugere que D. walfordi seja sinônimo de D. nanus. |