Presença do DNA plasmático dos Papillomavirus Humanos16 e 18 como marcador de recidiva/persistência do câncer de colo do útero
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Imunologia Básica e Aplicada |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10517 |
Resumo: | O câncer de colo do útero (CCU) é considerado um problema de saúde pública mundial e origina-se a partir da infecção persistente do Papillomavirus humano (HPV) oncogênico, principalmente os genótipos 16 e 18. O follow up das pacientes, após tratamento do CCU, pode levar a um melhor prognóstico e aumentar a sobrevida dessas mulheres por meio do monitoramento de detecção precoce de recidiva/persistência, o qual pode ser feito pela detecção do DNA circulante do HPV no plasma das pacientes, e a presença do material genético do vírus está associado à tendência de desenvolver recidiva/persistência.Objetivo: Analisar a presença do DNA circulante livre do HPV (cf- DNA HPV) no plasma como marcador preditor de recidiva/persistência de doença no acompanhamento do tratamento do câncer de colo do útero.Metodologia: Tratou-se de um estudo de coorte prospectivo envolvendo mulheres amazônidas em tratamento na Fundação Centro de Controle de Oncologia, no qual as coletas das amostras ocorreram em quatro momentos: fase zero (antes do início do tratamento), fase 1 (cerca de seis meses após o início do tratamento), fase 2 (cerca de nove meses após o início do tratamento) e fase 3 (cerca de 18 meses após o início do tratamento). As mulheres foram divididas em Grupo A (FIGO IA a IIB) e Grupo B (FIGO IIIA a IVA). Para detecção de HPV, as amostras foram submetidas a ensaio de real-time PCR (qPCR) tendo como alvo o gene E7 dos HPV 16 e 18. Resultados: 39 pacientes diagnosticadas com câncer de colo do útero no período de 31 de agosto de 2020 a 30 de setembro de 2022 foram incluídas no estudo, 13 do Grupo A e 26 do Grupo B. A idade variou entre 25 e 80 anos, com idade média 48,4 ±SD 13,4; Dezoito mulheres (46,1%) relataram serem analfabetas ou terem ensino fundamental incompleto; 30 (77,0%) não possuíam renda ou possuíam renda de até um salário-mínimo; 31 (79,5%) tiveram a primeira relação sexual entre 12 e 17 anos; 17 (43,6%) foram hiper-rastreadas conforme as diretrizes brasileiras (mais de uma citologia a cada três anos); uma (16,7%) tinha infecção por HIV; 59,1% informaram não fazer o exame de rastreio para o CCU por inibição, vergonha, medo ou falta de tempo; 35 (89,7%) tiveram diagnóstico histopatológico de carcinoma de células escamosas, quatro (10,3%) de adenocarcinoma; 26 (66,5%) apresentaram estádio III-IV. A escolha terapêutica mais frequente foi quimioterapia (QT) e radioterapia (RT) (74,4%); 12 (30,8%) mulheres apresentaram recidiva/persistência da doença após tratamento; quatro (10,3%) foram a óbito; 21 (53,8%) foram positivas antes do tratamento para cf- DNA HPV 16 no plasma e nenhuma para HPV 18; o grupo B apresentou maior frequência de cf- DNA HPV detectável (81,0%) (p = 0,041); uma paciente foi positiva para HPV16 nas fases zero, 1 e 2 de modo que na fase 1 houve diminuição do número de cópias de cf- DNA HPV 16, fato que coincidiu com o término da radioterapia; em paciente que apresentou recidiva/persistência da doença, foi possível detectar o cf- DNA HPV no plasma seis meses antes do diagnóstico de recidiva/persistência da doença. A data da primeira consulta e o início do tratamento variaram entre um e 29 meses, com valor médio igual a 6 ±5 meses. Conclusão: A detecção do cf- DNA HPV é um marcador clinicamente útil na vigilância pós-tratamento do câncer de colo do útero. O cf- DNA HPV pôde ser detectado 6 meses antes da recidiva/persistência da doença. |