Influência da hidroxiureia e polimorfismos na expressão de citocinas inflamatórias em pacientes portadores de Anemia Falciforme

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nascimento, Monik Oney Oliveira do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4473629270029537, https://orcid.org/0009-0007-1398-1724
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10450
Resumo: Introdução: A Anemia Falcifome (AF) é a hemoglobinopatia hereditária mais prevalente em todo o mundo, resulta de mutação pontual no cromossomo 11 na posição 6 do gene da globina β, levando à substituição do ácido glutâmico pela valina, tal alteração gera hemoglobina variante “S”. Objetivo: Caracterizar molecularmente as regiões promotoras e quantificar as citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-18 e TNF-α em indivíduos portadores de AF com e sem tratamento com Hidroxiuréia (HU) e doadores saudáveis. Métodos: Para a análise das citocinas foi usado o BDTM Cytometric Bead Array (CBA) System, com os KITs: CBA Human Th1/Th2/Th17 Cytokines e CBA Human Inflamatory Cytokines. A caracterização molecular ocorreu por PCR convencional das regiões promotoras dos genes das citocinas, purificados pela metodologia ExoSAP-IT™ e posterior sequenciamento pelo método de Sanger. As análises estatísticas foram realizadas nos programas SPSS vs21 e Prism vs5, os valores de p<0,05 foram considerados significativos. Resultados: Um total de 214 pacientes (HbSS) e 240 controles (HbAA) participaram do estudo. O gênero feminino foi marjoritário nos pacientes (62,15%), enquanto o masculino nos controles (74,17%). Os eventos clínicos mais frequentes nos pacientes foram as CVOs (85,2%), seguido por hospitalizações (64,2%). Todos os pacientes, independente do estado clínico apresentaram elevação significativa das citocinas (P<0,001). Frequências significativamente mais elevadas para os genótipos selvagens c.-31CC (IL-1B), c.-251AA (IL-8) e c.-607CC (IL-18) foram encontradas nos doadores de sangue quando comparadas aos pacientes. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se significantemente mais frequente naqueles sem uso de HU (p=0.004 - OR: 0.22 - CI: 0.07-0.66), apresentando-se como um genótipo de proteção para comorbidades nos pacientes. Associações significativas para elevação das citocinas inflamatórias do estudo foram encontradas no genótipo c-31TT (IL-1B) em ambos os grupos, enquanto o genótipo c.-607AA (IL-18) somente nos pacientes. Já o genótipo mutante c.-251TT (IL-8) apresentou concentração significantemente diminuída em ambos grupos do estudo. Discussão: A clínica heterogênea apresentada nos pacientes está de acordo com outros estudos da literatura nacional, predominando as crises oclusivas e hemólise intensa. Apesar dos polimorfismos encontrados em nosso estudo já terem sido previamente descritos, as correlações dos genótipos em pacientes com e sem uso de HU é pela primeira vez descrita. A frequência dos genótipos selvagens c.-31CC, c.-251AA e c.-607CC exercem expressões diferentes, elevando-se principalmente naquelas doenças inflamatórias. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se como um biomarcador de proteção nos indivíduos, uma vez que estudos demonstram concentrações elevadas da IL-8 em pacientes que apresentavam crises leves, corroborando com nossos resultados. O encontro em nosso estudo de prevalência e níveis elevados para IL-18 no genótipo mutante c-607AA nos pacientes corrobora com diversos estudos que favorecem a gravidade da doença, o que capacita este SNP como um importante biomarcador inflamatório de risco, envolvendo comorbidades e elevado índice de mortalidade. Conclusão: Os eventos mais prevalentes nos pacientes foram as CVOs (85,2%), seguido por hospitalizações (64,2%). Todas as citocinas estiveram elevadas nos pacientes do estudo, com a prevalência mais elevada dos genótipos mutantes. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se significantemente mais frequente em pacientes falcêmicos sem uso de HU, com sua concentração significativamente mais elevada nos pacientes, enquanto os genótipos mutantes c-31TT (IL-1B) e c.-607AA (IL-18) concentrações plasmáticas significantemente elevadas em ambos grupos.