Influência da hidroxiureia e polimorfismos na expressão de citocinas inflamatórias em pacientes portadores de Anemia Falciforme
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | , |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10450 |
Resumo: | Introdução: A Anemia Falcifome (AF) é a hemoglobinopatia hereditária mais prevalente em todo o mundo, resulta de mutação pontual no cromossomo 11 na posição 6 do gene da globina β, levando à substituição do ácido glutâmico pela valina, tal alteração gera hemoglobina variante “S”. Objetivo: Caracterizar molecularmente as regiões promotoras e quantificar as citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10, IL-18 e TNF-α em indivíduos portadores de AF com e sem tratamento com Hidroxiuréia (HU) e doadores saudáveis. Métodos: Para a análise das citocinas foi usado o BDTM Cytometric Bead Array (CBA) System, com os KITs: CBA Human Th1/Th2/Th17 Cytokines e CBA Human Inflamatory Cytokines. A caracterização molecular ocorreu por PCR convencional das regiões promotoras dos genes das citocinas, purificados pela metodologia ExoSAP-IT™ e posterior sequenciamento pelo método de Sanger. As análises estatísticas foram realizadas nos programas SPSS vs21 e Prism vs5, os valores de p<0,05 foram considerados significativos. Resultados: Um total de 214 pacientes (HbSS) e 240 controles (HbAA) participaram do estudo. O gênero feminino foi marjoritário nos pacientes (62,15%), enquanto o masculino nos controles (74,17%). Os eventos clínicos mais frequentes nos pacientes foram as CVOs (85,2%), seguido por hospitalizações (64,2%). Todos os pacientes, independente do estado clínico apresentaram elevação significativa das citocinas (P<0,001). Frequências significativamente mais elevadas para os genótipos selvagens c.-31CC (IL-1B), c.-251AA (IL-8) e c.-607CC (IL-18) foram encontradas nos doadores de sangue quando comparadas aos pacientes. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se significantemente mais frequente naqueles sem uso de HU (p=0.004 - OR: 0.22 - CI: 0.07-0.66), apresentando-se como um genótipo de proteção para comorbidades nos pacientes. Associações significativas para elevação das citocinas inflamatórias do estudo foram encontradas no genótipo c-31TT (IL-1B) em ambos os grupos, enquanto o genótipo c.-607AA (IL-18) somente nos pacientes. Já o genótipo mutante c.-251TT (IL-8) apresentou concentração significantemente diminuída em ambos grupos do estudo. Discussão: A clínica heterogênea apresentada nos pacientes está de acordo com outros estudos da literatura nacional, predominando as crises oclusivas e hemólise intensa. Apesar dos polimorfismos encontrados em nosso estudo já terem sido previamente descritos, as correlações dos genótipos em pacientes com e sem uso de HU é pela primeira vez descrita. A frequência dos genótipos selvagens c.-31CC, c.-251AA e c.-607CC exercem expressões diferentes, elevando-se principalmente naquelas doenças inflamatórias. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se como um biomarcador de proteção nos indivíduos, uma vez que estudos demonstram concentrações elevadas da IL-8 em pacientes que apresentavam crises leves, corroborando com nossos resultados. O encontro em nosso estudo de prevalência e níveis elevados para IL-18 no genótipo mutante c-607AA nos pacientes corrobora com diversos estudos que favorecem a gravidade da doença, o que capacita este SNP como um importante biomarcador inflamatório de risco, envolvendo comorbidades e elevado índice de mortalidade. Conclusão: Os eventos mais prevalentes nos pacientes foram as CVOs (85,2%), seguido por hospitalizações (64,2%). Todas as citocinas estiveram elevadas nos pacientes do estudo, com a prevalência mais elevada dos genótipos mutantes. O genótipo selvagem c.-251AA (IL-8) apresentou-se significantemente mais frequente em pacientes falcêmicos sem uso de HU, com sua concentração significativamente mais elevada nos pacientes, enquanto os genótipos mutantes c-31TT (IL-1B) e c.-607AA (IL-18) concentrações plasmáticas significantemente elevadas em ambos grupos. |