Diversidade microbiana e atividade enzimática de fungos provenientes de terra preta antropogênica do Baixo Amazonas
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - Itacoatiara Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4728 |
Resumo: | A Terra Preta Antropogênica (TPA) apresenta-se na forma de pequenas manchas distribuídas aleatoriamente, sobretudo na Amazônia Central e Oriental. Sua denominação, bem como suas características únicas são decorrentes de ação antrópica de civilizações indígenas que viveram nestes sítios arqueológicos. A grande quantidade de matéria orgânica estável presente nestes sítios arqueológicos é oriunda das lixeiras indígenas onde restos de animais, vegetais, dejetos fecais, corpos humanos, fragmentos cerâmicos, artefatos líticos e carvão pirogênico foram depositados. Dentre os microrganismos presentes neste solo, as leveduras desempenham papel fundamental na indústria bem como no ambiente. Este grupo está correlacionado a processos fermentativos de diversos tipos de açúcares, produção de vitaminas, enzimas, e fatores extracelulares micocinogênicos. O objetivo deste trabalho é avaliar a diversidade de microrganismos presentes na TPA através de eletroforese em gel de gradiente desnaturante (PCR-DGGE), relacionando os resultados com as características físico-químicas do solo. Além disso, testes de tolerância a altas temperaturas, glicose e etanol, produção de enzimas e de micotoxinas foram realizados buscando selecionar isolados com possível potencial biotecnológico. Foram obtidos 88 (oitenta e oito) isolados leveduriformes. Destes, nenhum suportou a temperatura de 50ºC ou foi tolerante a 50% de glicose no meio, e 5 (cinco) isolados (5,7%) toleraram 30% de etanol no meio.Dos 88 isolados, 13 (treze) isolados (14,8%) apresentaram atividade amilolítica, 25 (vinte e cinco) isolados (22%) foram fortemente positivos para produção de caseinase e 13 (treze) isolados (14,8%) apresentaram atividade ótima para a produção de gelatinase. Ainda, 66 (sessenta e seis) isolados (75%) foram positivos para a produção da enzima celobiase e 49 (quarenta e nove) isolados (55,7 %)foram positivos para enzima esterase. Para avaliar a atividade micocinogênica, os 88 isolados foram testados frente a cepas de Candida krusei e Candida albicans. Nenhum isolado apresentou atividade frente a C. krusei e 22 (vinte e dois) isolados (25%) apresentaram atividade frente a C. albicans. A região 16S do rRNA (região V6-V8) foi sequenciada para a identificação de procariotos e a região 18S do rRNA e do espaçador interno transcrito (ITS) para a identificação de eucariotos. Os perfis de PCR-DGGE da região 18S do rRNA e ITS identificaram gêneros de leveduras e fungos filamentosos. Os gêneros encontrados para bactérias foram: Bacillus, Klebsiella, Pantoea, Enterobacter, Lactobacillus, Escherichia, Leuconostoc e actinobactérias, como Streptomyces e Microbacterium. Na comunidade fúngica, foi observada a presença de Zygosaccharomyces, Lachancea, Saccharomyces, Cladosporium, Candida, Penicillium e ascomicetos e zigomicetos não cultiváveis. O valor de pH do solo foi de 6,2. O solo apresentou importantes níveis de minerais, com exceção de sódio (não detectado) e alumínio (~0,1 cmol/dm3). A matéria orgânica foi encontrada na concentração de 3,84 dag/kg. Alguns grupos de microrganismos ainda não haviam sido previamente associados com solo de TPA. A diversidade microbiana observada associada aos resultados químicos que demonstram fertilidade elevada deste solo indicam que o mesmo pode ser fonte de microrganismos de interesse. |