Os Hixkaryána: ideologias linguísticas, relações de contato e trajetórias escolares e universitárias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Brito, Roseanny Melo de
Outros Autores: https://lattes.cnpq.br/7331221850716989, https://orcid.org/0000-0002-1533-3655
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Antropologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/10684
Resumo: A presente pesquisa objetiva analisar as ideologias linguísticas que atuam nas representações que os interlocutores indígenas e não indígenas fazem da língua hixkaryána e da língua portuguesa. A análise partiu das relações de contato vivenciadas pelos indígenas Hixkaryána na cidade de Nhamundá-Am e de Parintins-Am e nas suas vivências escolares e universitárias. Buscando ir a fundo no entendimento dessa relação, apoio-me nos pressupostos teóricos das Ideologias Linguísticas, a qual discuto nesta tese seguindo duas perspectivas de análise. A primeira delas intenta identificar as ideias, imagens e representações que se tem da língua hixkaryána e do português (Silverstein, 1979; Spitulnik, 2012; Woolard, 2012). A segunda se propõe a revelar as relações de poder responsáveis pelas ideias e representações que se faz das línguas e de seus falantes (Blommaerte e Verschueren, 2012; Gal, 2012; Eagleton, apud Spitulnik, 2012; Mertz, 2012). Conto nesta pesquisa com a colaboração direta de 06 interlocutores da etnia Hixkaryána, sendo 04 homens e 02 mulheres. Para uma maior compreensão das dinâmicas e relações estabelecidas desde a aldeia até a cidade, considero, nesta pesquisa, as trajetórias educacionais e universitárias dos interlocutores Hixkaryána, as quais se iniciam, geralmente, em uma escola bilingue na aldeia, mas que assume uma configuração monolíngue em português à medida que esse aluno passa a estudar na cidade. Nesse sentido, a construção das trajetórias se apoiou em parte das memórias dos sujeitos socializadas ao longo das entrevistas e conversas informais realizadas, compreendendo os sucessivos campos nos quais eles estão inseridos. Os resultados alcançados revelam que a presença do Hixkaryána na cidade é marcada por representações negativas que disseminam o preconceito e a desvalorização da sua língua e de seu modo de vida.