Caracterização molecular da desidrogenase da glicose 6-fosfato e hemoglobinopatias em pacientes com malária por plasmodium vivax

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Mathias, Jéssica Lorena dos Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6459756120115585
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Ciências Farmacêuticas
BR
UFAM
Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/2563
Resumo: Introdução. A compreensão da doença malária tem aumentado muito nos últimos anos. Apesar de décadas de pesquisa contra a doença, esta continua a ser um dos principais problemas de saúde pública. Um dos desafios na luta contra esta doença é avaliar suscetibilidade genética e decifrar os mecanismos envolvidos para utilizá-los como novos alvos contra a malária. Objetivo. Caracterizar molecularmente a Desidrogenase da Glicose 6-Fosfato (G6PD) e determinar o perfil de hemoglobinas em pacientes com Malária vivax de Manaus-AM. Metodologia. A caracterização molecular da G6PD foi realizada pelas técnicas de RFLP-PCR e q-RT-PCR em 162 pacientes. O perfil de hemoglobinas por cromatografia líquida de alto desempenho (HPLC) em 178 pacientes. Os achados clínicos, hematológicos e bioquímicos foram associados com as hemoglobinas variantes e as mutações para a G6PD na tentativa de identificar possíveis biomarcadores de gravidade clínica da malária vivax. Resultados. O perfil de hemoglobina apresentou 106 AA (92,7%), 09 AS (5.05%) e 04 AC (2.25%). Malária grave acometeu 25% em AC e 44.4% em AS. Diminuição significativa dos valores de Neutrófilos (p=0,019); VCM (p=0,004) e HCM (p=0,008) e aumento de Bastonetes (p=0,049) e Eosinófilos (p=0,046), ocorreram apenas nos pacientes AC. RDW apresentou elevado em ambos, AS (p=0,039) e AC (p=0,019) quando comparados AA. A parasitemia febril foi o evento clínico mais freqüente 92,30% nos pacientes AS/AC. A densidade parasitária foi menor nos AS (9.352,4±11.622,8) e AC (11.604,8±11.931,9 ), quando comparado com AA (32.431,6 ± 88.719,6), porém, sem significância estatística (p=0,854). O estudo molecular para G6PD demonstrou 15,85% (13/82) para as mutações 202A/376G (A-) concomitantemente nos homens e pela primeira vez descrita na Região Amazônica, a mutação 1003A (Chatham) em 6,10% (05/82), enquanto nas mulheres 11,25% (09/80) heterozigostas e 1,25% (1/80) homozigostas para a A-. Homens A- demonstraram associação significativa para malária grave (RR=2,01, p=0,020) e episódios anteriores de malária (RR=2,35, p=0,004), aumento de plaquetas (p=0,009), lactato desidrogenase (p<0,001) e bilirrubina direta (p=0,045) e diminuição da gama-glutamil transferase (p=0,035). Ambos os gêneros, homens e mulheres, apresentaram diminuição das hemácias (p=0,002) (p=0,015), hemoglobina (p=0,017) (p=0,031) e hematócrito (p=0,013) (p=0,020), respectivamente. Foi demonstrado decréscimos significativos para hemoglobina (p=0,018), hematócrito (p=0,014), plaquetas (p=0,003), reticulócitos (p<0,001) e glicose (p=0,031) entre homens A- com malária grave quando comparado com homnes normais para G6PD com malária grave. Conclusão. Acreditamos que com o aumento do número de participantes para o estudo do perfil de hemoglobina, conseguiremos aprofundar o conhecimento de como os seres humanos se adaptaram a esta terrível doença, enfatizando algumas hipóteses importantes para fornecer caminhos que levem a uma solução duradoura e até permanente para a Malária. Além disso, poucos estudos das mutações para G6PD foram realizados em comunidades amazônicas. Outras pesquisas sobre a deficiência de G6PD em áreas de alta endemicidade para P. vivax seria valioso, especialmente focado em áreas de alta densidade populacional.