A influência do perfil clínico e sociodemográfico de potenciais doadores de órgãos e tecidos na efetividade da doação
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Outros Autores: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas - Universidade do Estado do Pará
Faculdade de Enfermagem Brasil UFAM Programa de Pós-graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8815 |
Resumo: | A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a The Transplantation Society (TTS) consideram como o possível doador de órgãos e tecidos aquele indivíduo com lesão encefálica e que necessita de ventilação mecânica, passando a ser considerados potenciais doadores quando há a abertura do protocolo de morte encefálica. Consideram ainda o doador elegível, aquele com confirmação de morte encefálica e não apresenta contraindicações prévias da doação. O doador efetivo é aquele em que se inicia a operação para a retirada dos órgãos e tecidos. Objetivo: avaliar o perfil sociodemográfico e clínico dos potenciais doadores de órgãos/tecidos e sua influência na doação efetiva. Método: estudo transversal, descritivo, realizado a partir de fontes secundárias de prontuários do Serviço de Arquivo Médico e Estatística com recorte temporal dos anos de 2016 a 2020. As variáveis independentes utilizadas neste estudo foram informações sociodemográficas, características clínicas, eventos de internação e comorbidades. Como variável dependente foi considerada a doação efetiva (doador efetivo), com captação de pelo menos um órgão. Os dados foram analisados com base na estatística descritiva e inferencial, utilizando o teste do qui quadrado corrigido de Yates e exato de Fisher para identificar associação entre as variáveis. Resultados: No período estudado, foram realizadas 512 notificações de potenciais doadores de órgãos, destes, 316 compuseram a amostra do estudo. Em sua maioria eram homens (61,7%), com média de idade de 38,4 anos (dp±18,2), católicos (34,5%), possuíam até 11 anos de estudo (25%), sem companheiros (61,7%) e nascidos no interior do estado (54,7%). Quanto aos aspectos clínicos e eventos da internação dos pacientes notificados, cerca de 19,3% (n=61) necessitaram de hemoterapia, 34,5% (n=109) tiveram parada cardíaca durante a internação no serviço hospitalar, 2,8% (n=9) apresentaram algum tipo de choque, a prevalência de infecção nestes pacientes foi de 27,5% (n=87), 63,9% (n=202) usaram antibioticoterapia, 93,4% (n=295) estavam utilizando algum tipo de droga vasoativa e, a mais usada foi a noradrenalina, em 92,1% (n=291) dos casos. O tempo médio decorrido entre a realização do 1o exame clínico e o fechamento do exame complementar foi de 2,15 dias (dp±2,18), bem como, o tempo médio entre a internação e o fechamento do protocolo foi de 9,3 dias (dp±10,3).Foram contabilizadas 64 doações efetivas, representando 20,3% das notificações. Não foram identificadas associações entre as características sociodemográficas e a efetividade das doações. A ocorrência de parada cardiorrespiratória esteve associada a efetividade das doações (p=0,04). Conclusão: Na população estudada, as características sociodemográficas e clínicas não influenciaram na efetivação da doação. Salienta-se que há necessidade de conhecimento acerca do processo de doação de órgãos por parte da população e os profissionais envolvidos na assistência, sendo um dos pontos primordiais para a completude do processo e maior captação de órgãos disponíveis para transplante. |