Infância e trabalho na Amazônia: o paradoxo do cotidiano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Azevêdo, Nádma Oliveira de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5935849572791433
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/6374
Resumo: As questões debatidas acerca do trabalho infantil são muito recentes entre nós, principalmente no que diz respeito nas zonas rurais brasileiras, onde a legislação referente a este tema é pouco acessada. O trabalho de crianças por um lado revela-se sob a ótica da aprendizagem, de transmissão de conhecimento, onde na maioria das vezes, têm-se os pais como mestres e as crianças como aprendizes. Por outro lado, o trabalho infantil evidencia-se sob explicações ultrapassadas do contexto da ajuda e revela-se nas formas mais perversas da exploração na sociedade capitalista. É bastante expressivo o segmento de crianças inseridas no mundo do trabalho, porém há a necessidade de um esforço maior em distinguir as formas de trabalho nas quais estas estão inseridas. Nesse sentido, o presente trabalho faz um breve histórico da infância e do trabalho infantil, e analisar in loco o processo de inserção e de interação das crianças nas relações estabelecidas entre o trabalho que realizam dentro da agricultura familiar e em seu modo de vida a partir dos aspectos que permeiam o seu cotidiano. Para isso foi realizado um estudo de caso na comunidade rural de São Paulo da Valéria, situada no Município de Parintins no Estado do Amazonas, pautado na abordagem teórica do Materialismo histórico-dialético. A coleta de dados seguiu um esquema geral a partir de: Pesquisa Bibliográfica e Pesquisa de Campo. As técnicas utilizadas para o levantamento de dados na pesquisa de campo foram: 1) Entrevista, 2) Rodas de conversa, 3) Diário de campo e 4) Observação Direta. O estudo revelou as diferentes situações de trabalho em que as crianças estão inseridas, e que tanto as formas positivas de trabalho infantil quanto às formas pouco recomendadas fazem parte da realidade das crianças. Assim, existe o paradoxo do cotidiano, pois ao mesmo tempo em que estão envolvidas em trabalhos cuja finalidade dos pais é ensinar aos filhos, também estão inseridos em trabalhos onde a sua inocência, delicadeza e a própria imagem do seu corpo são transformados em mercadorias através do turismo praticado nessa comunidade. Identificamos a diferentes situações de trabalho que fazem parte do cotidiano de vida das crianças, assim como, constatamos em uma delas a sua vulnerabilidade e exposição a assuntos e ambientes que estão longe de fazer parte do universo da infância.