Efeitos da fragmentação florestal sobre a diversidade de lagartos da região metropolitana de Manaus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vasconcelos, Francisco José Mariano
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/0440014075905720, https://orcid.org/0009-0007-3542-0557
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Zoologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9856
Resumo: As alterações nas coberturas do solo resultantes de atividades humanas têm o potencial de transformar paisagens naturais em ambientes perturbados, exercendo um impacto significativo nas comunidades de lagartos. Segundo a hipótese da quantidade de habitat (Fahrig, 2013), a preservação ou restauração de uma quantidade substancial de habitat na paisagem local é crucial para manter as funções ecológicas dessas espécies em ambientes urbanizados. Dessa forma, os lagartos, sensíveis aos processos de urbanização, destacam-se como um modelo valioso para investigar os efeitos das modificações na paisagem devido à urbanização, enfatizando a importância de considerar não apenas as alterações na configuração da paisagem, mas também a quantidade total de habitat. Nossa avaliação concentrou-se nas respostas da assembleia de lagartos em 38 sítios de floresta localizados em gradientes de paisagem rural-urbanos na Amazônia Central. Testamos como a riqueza, a abundância e a composição da assembleia de lagartos variam em relação a variáveis locais que descrevem os microambientes, bem como a variáveis que descrevem a composição e configuração da paisagem. Utilizamos modelos lineares generalizados para gerar diferentes combinações de variáveis preditoras para as variáveis resposta, e empregamos o escalonamento multidimensional não métrico para caracterizar a similaridade da composição da assembleia de lagartos entre os sítios. Nossas análises revelaram que, entre as variáveis preditoras, a densidade de borda exerce uma influência significativa na riqueza de lagartos. Florestas com maior influência e efeito de borda tendem a apresentar menor riqueza de lagartos. Além disso, de acordo com nossos modelos, a abundância de lagartos tende a aumentar com o aumento da temperatura do ar. No entanto, é importante ressaltar que esse aumento pode estar associado a espécies oportunistas e menos sensíveis à urbanização. Em relação à composição, observamos uma variação menos pronunciada no gradiente ruralurbano. Embora espécies endêmicas da Amazônia ocorram em fragmentos florestais urbanos, a maioria das espécies encontradas em remanescentes florestais urbanos está associada a ambientes mais preservados. Nossos resultados destacam a importância de considerar não apenas os efeitos da urbanização na configuração da paisagem, mas também a quantidade de habitat preservado para manter a diversidade ecológica das comunidades de lagartos em ambientes urbanizados. Por fim, a assembleia de lagartos na Região Metropolitana de Manaus é mais influenciada por métricas de paisagem em larga escala do que por condições locais específicas, remanescentes florestais urbanos apresentam espécies endêmicas, e cidades maiores tendem a ter mais espécies generalistas. Monitoramentos de longo prazo são cruciais para compreender e conservar a diversidade de lagartos na Amazônia, visando reduzir fragmentação e isolamento populacional.